Greve organizada por sindicatos de setores público e privado paralisa os transportes ferroviários, marítimos e aeroportuários (Louisa Gouliamaki/AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.
Atenas - Uma nova greve geral paralisou nesta quinta-feira os transportes ferroviários, marítimos e aeroportuários na Grécia, ao mesmo tempo em que milhares de gregos saíram às ruas para protestar contra a reforma do sistema de aposentadorias adotado na quarta-feira à noite pelo parlamento.
Cerca de 12.000 pessoas - segundo a polícia - participaram em uma manifestação no centro de Atenas, convocada pelas duas maiores centrais sindicais do país sindicais do país (GSEE, do setor privado, e Adedy, dos funcionários públicos).
Em Tessalônica, segunda metrópole grega situada no norte do país, cerca de 5.000 pessoas desfilaram pelo centro da cidade, exibindo faixas demandando "Outras soluções" e exigindo a renúncia do governo.
Outra concentração também reunindo milhares de pessoas aconteceu num bairro de Atenas, convocada pela PAME, frente sindical do ultraortodoxo Partido Comunista, KKE.
Por outro lado, uma greve de 4 horas dos controladores aéreos e outra de 24 horas do pessoal da aviação civil obrigaram ao cancelamento de 80 conexões aéreas domésticas e internacionais, e a atrasar outros 110 voos.
Todos os navios permaneceram atracados e as companhias marítimas avisaram aos turistas que só zarparão nesta sexta.
Na véspera, o Parlamento grego aprovou um projeto de lei sobre a reforma do sistema de previdência dos assalariados do setor privado, que eleva a 65 anos a idade da aposentadoria, como forma de enfrentar a grave crise financeira pela qual passa o país.
A iniciativa é considerada uma das principais medidas do plano de austeridade aprovado em maio pela Grécia, com o nome de "Novo sistema de aposentadorias".
O projeto de lei foi aprovado por 159 deputados da maioria socialista e dois independentes; compareceram à sessão 298 parlamentares (300 no total).
Votaram contra os deputados dos partidos de oposição - a direita (Nova Democracia), o partido de extrema-direita (Laos), o Partido Comunista (KKE) e a esquerda radical (Syriza).
Depois da votação, o projeto voltará a ser debatido artigo por artigo numa segunda leitura na noite de quinta-feira, declarou o presidente do Parlamento, Philippos Pétsalnikos.