O novo primeiro-ministro grego, Lucas Papademos (Louisa Gouliamaki/AFP)
Da Redação
Publicado em 14 de novembro de 2011 às 16h18.
Atenas - O novo primeiro-ministro da Grécia, Lucas Papademos, não desfrutará de nenhuma trégua, já que seu discurso previsto para esta segunda-feira ante o Parlamento tem a missão de aliviar as angustias dos credores sobre a continuidade da política de rigor e saneamento das finanças de seu país.
Ex-vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Papademos prestou juramento na sexta-feira diante do novo governo de coalizão que reúne socialistas, direitistas e ultradireitistas, mas até essa segunda-feira muito pouco se sabia sobre o conteúdo preciso dos compromissos que anunciará ante o Parlamento.
Para preparar este discurso, Papademos manteve contatos durante o fim de semana com interlocutores e representantes dos credores do país, como Jean-Claude Juncker, Manuel Barroso, Herman Van Rompuy, Angela Merkel e Nicolas Sarkozy.
Durante toda a semana circulou em Atenas o rumor de que a troika de credores da Grécia - formada pela Comissão Europeia, o BCE e o Fundo Monetário Internacional (FMI) - iria chegar nesta segunda-feira, apesar de o ministério de Finanças ter divulgado que eles chegariam na sexta-feira.
Segundo o jornal grego Ethnos, as três prioridades que serão anunciadas por Papademos são: a redução dos gastos do Estado, privatizações e liberalização da proteção comercial.
Os sindicatos, por sua vez, temem um novo endurecimento da medidas necessárias para que o país receba a segunda ajuda europeia, decidida em outubro. O ministro de Finanças, Evangelos Venizelos, no entanto, afirmou que não haverá necessidade de medidas adicionais "contanto que as medidas já votadas sejam aplicadas de forma sistemática e consistente".
Em Bruxelas, a Comissão Europeia insistiu em sua exigência de uma garantia por escrito por parte dos socialistas e conservadores sobre as medidas econômicas prometidas.
Até o momento "não chegou nenhuma carta" dos partidos gregos, disse um porta-voz da Comissão Europeia em Bruxelas. Esta situação "deve ficar clara, sem ambiguidades, e o mais rapidamente possível, para recuperar a confiança (da Grécia), que foi quebrada nas últimas semanas", disse a mesma fonte.
O líder conservador, Antonis Samaras, reiterou na segunda-feira ser contrário a essa declaração, assim como já havia anunciado antes da designação do governo de coalizão, na sexta-feira passada, por julgar que sua palavra deve ser suficiente.