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Grécia e Itália tentam acabar com instabilidade política

Gregos já escolheram Lucas Papademos como novo primeiro-ministro, enquanto Itália ainda discute quem vai liderar o país para fora da crise

Indignados na Itália: país se tornou o novo foco da crise (Alberto Pizzoli/AFP)

Indignados na Itália: país se tornou o novo foco da crise (Alberto Pizzoli/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2011 às 15h34.

Bruxelas - A Grécia designou nesta quinta-feira Lucas Papademos para dirigir o novo governo de unidade nacional, enquanto que a Itália busca designar o sucessor de Silvio Berlusconi, sob a atenta mira dos mercados e da Eurozona, ameaçada por uma nova recessão.

Os partidos gregos designaram ao ex-vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Lucas Papademos, em substituição ao socialista Georges Papandreou, para dirigir o governo interino de unidade que comandará o processo de aprovação das medidas de austeridade impostas pelo pacote de resgate europeu da Grécia.

Papademos, de 64 anos, jurará seu cargo na sexta-feira, disse a televisão estatal. A presidência anunciou sua designação após uma reunião de mais de quatro horas dos chefes dos partidos socialista e da oposição de direita e de ultradireita.

Após ter sido designado, Papademos disse que o euro é a "garantia de estabilidade monetária", num momento em que se cogita a possibilidade de que a Grécia, corroída por sua enorme dívida pública, saia da Eurozona para ganhar margem de manobra monetária na busca por sua recuperação econômica.

A declaração de Papademos foi felicitada pela chanceler alemã, Angela Merkel, segundo a qual seu país tem trabalhado com o objetivo de alcançar a estabilidade dos 17 membros da Eurozona.

Já a Itália, onde Silvio Berlusconi também já anunciou sua renúncia, busca acabar com as incertezas políticas através da nomeação de Mário Monti, ex-comissário europeu. A turbulência política no país teve reflexo nos mercados do mundo todo na quarta-feira.

Berlusconi, por sua vez, elogiou seu sucessor e disse que sua nomeação será feira pelo "bem da Itália".


A Bolsa de Milão reage bem à nomeação e opera em alta de 3% na tarde desta quinta-feira, às 12H47 GMT (10H47 de Brasília).

No mesmo horário, as demais bolsas europeias também subiam. Frankfurt operava em alta de 1,44%, Paris +1,11%, Londres +0,27% e Madri +0,61%.

Mario Monti, economista respeitado de 68 anos, pode ficar encarregado já a partir deste fim de semana de formar um governo de unidade nacional, apesar de a Liga Norte, partido da coalizão do governo de Berlusconi, já ter anunciado que não o apoiará.

O chefe de Estado, Giorgio Napolitano, se disse favorável à escolha de Monti.

A taxa de risco da Itália - diferença paga pelos bônus italianos à 10 anos com os alemães, de referência - alcançou na quarta-feira os 574 pontos e recuou aos 506 pontos após a compra de dívida italiana pelo BCE.

A Itália pagou taxas de 6,08% pelos títulos da dívida a um ano, quase o dobro do que foi pago em uma operação similar em 11 de outubro (3,57%). À dez anos, o rendimento superou na quarta-feira os 7%, nível considerado insustentável no médio prazo.

A Espanha também está sob ameaça, com uma taxa de risco de 402 pontos e a França está com 155 pontos, o que encarece a dívida e constitui uma ameaça para a economia real, disse o comissário europeu para Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, em uma coletiva de imprensa em Bruxelas.

Já a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, pediu de Pequim nesta quinta-feira maior "clareza política" por parte de Itália e Grécia.

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