Protesto na Grécia contra as medidas: crise no país continua (Louisa Gouliamaki/AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de outubro de 2011 às 16h07.
Atenas - A Grécia prevê impor o desemprego técnico para 30.000 funcionários públicos até o final de 2011, numa tentativa de reduzir o déficit público no país.
"A medida permitirá ao Estado economizar 300 milhões de euros em 2011", disse o porta-voz do governo, Ilias Mossialos, que projeta uma redução para 2015 de 150.000 funcionários públicos na Grécia.
Com isso, seria possível reduzir os gastos públicos e atenuar o déficit do país, que se situará em 8,5% do PIB neste ano frente ao 10,5% de 2010, diz o governo.
O projeto pretende criar uma "reserva de mão de obra" com milhares de funcionários de empresas públicas ou de organismos parapúblicos que contam com contratos indefinidos e que receberão 60% da remuneração da base atual.
Ao final de um ano, eles poderão submeter-se à provas de avaliação para ser transferidos eventualmente a outros serviços ou despedidos definitivamente.
Segundo um primeiro esboço do projeto de lei, essa medida deverá afetar primeiramente os empregados que estão no final de suas carreiras, disse Mossialos.
A imprensa grega calcula que há 20.000 empregados já em idade de aposentar-se.
Segundo Mossialos, uma "segunda leva" de demissões técnicas acontecerá entre 2012 e 2013, após a fusão ou da supressão de 30% dos organismos públicos.
A nova medida pretende combater a regra de contratar uma pessoa a cada 10 que se aposentem da função pública, prevista no plano plurianual de saneamento da economia 2012-2015, votado em junho.
Esta regra poderá ser endurecida "caso seja preciso", disse Mossialos. Neste caso, não se respeitará a regra e não se contratará ninguém mais.
O governo se comprometeu também a elaborar para finais de outubro uma base única de salários no setor público, o que permitirá economizar um volume significativo de dinheiro, uma vez que o pagamento de salários e pensões representou em 2010 mais de 50% dos gastos do país.
A Grécia conta com 750.000 funcionários remunerados com fundos públicos, o que supõe cerca de um quinto da população ativa do país, uma taxa mais elevada que a media europeia.