A manifestação é o primeiro protesto desde a troca de governo na Grécia (Sakis Mitrolidis/AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de dezembro de 2011 às 21h25.
Atenas - O governo de coalizão da Grécia aprovou na quarta-feira (horário local) um orçamento de austeridade para 2012 que visa diminuir sua dívida, com aumentos de impostos e cortes de gastos, horas depois de manifestantes entrarem em confronto com a polícia do lado de fora do Parlamento.
Três importantes partidos de apoio ao primeiro-ministro tecnocrata, Lucas Papademos, votaram a favor do plano de orçamento, um pacote de medidas profundamente impopulares vistas como necessárias para reduzir o déficit e mostrar aos credores estrangeiros que o país está arrumando suas finanças.
"A implementação bem-sucedida deste orçamento irá restaurar a credibilidade internacional do país e criar as condições para resgatar a economia", disse Papademos aos parlamentares. "As metas são ambiciosas, mas viáveis." No entanto, um dos líderes, o chefe do partido conservador Antonis Samaras, deixou claro que seu apoio tinha como único objetivo resgatar a Grécia da inadimplência e prometeu suavizar as medidas fiscais e impulsionar medidas de crescimento se ele ganhar as eleições previstas para fevereiro.
"Nossas divergências permanecem ... estamos aprovando o orçamento porque é uma prioridade absoluta para salvaguardar a viabilidade da dívida grega", disse Samaras, cujo partido Nova Democracia é o favorito para vencer a próxima eleição, mas fica aquém de uma maioria absoluta.
Samaras, que há muito se opõe às políticas de austeridade do FMI e da UE impostas por sua rival socialista, o ex-primeiro-ministro George Papandreou, sob um resgate de 110 bilhões de euros acordado em 2010, disse que irá insistir em eleições antecipadas em fevereiro.
Enquanto os parlamentares debatiam o orçamento, centenas de jovens mascarados atiraram bombas de gasolina e entraram em confronto com a polícia grega fora do Parlamento. Os manifestantes marcharam para lembrar um estudante baleado pela polícia em 2008, o que levou aos piores distúrbios em décadas.