Alexander Vinnik pode ser condenado a 55 anos de prisão se for extraditado aos EUA (Alexandros Avramidis/Reuters)
Reuters
Publicado em 4 de outubro de 2017 às 11h21.
Última atualização em 4 de outubro de 2017 às 15h56.
Atenas - Um tribunal da Grécia abriu caminho nesta quarta-feira para a extradição aos Estados Unidos de um cidadão russo suspeito de lavar bilhões de dólares com a moeda digital bitcoin, que também era buscado por Moscou.
Alexander Vinnik, o suposto mentor de uma quadrilha que lavou 4 bilhões de dólares em bitcoin, é um de sete russos presos ou indiciados em todo o mundo neste ano devido a acusações norte-americanas de crimes cibernéticos.
Desde sua prisão em uma vilarejo à beira-mar no norte grego no final de julho, Moscou também solicitou que ele seja mandado de volta para casa, como fez antes com outros cidadãos procurados pelos EUA.
Vinnik, que recorreu da decisão desta quarta-feira, foi acusado de usar o BTC-e --um serviço de câmbio de moeda digital usado para negociar bitcoin-- para facilitar crimes que vão de invasão cibernética a tráfico de drogas desde 2011.
Autoridades norte-americanas também o ligaram à falência do Mt. Gox, um serviço de câmbio de bitcoin sediado no Japão que quebrou em 2014 depois de sofrer uma invasão cibernética. Elas dizem que Vinnik "obteve" fundos da invasão do Mt. Gox e os lavou através do BTC-e e do Tradehill, outro serviço de câmbio baseado em San Francisco de que era proprietário.
Vinnik, que pode ser condenado a 55 anos de prisão se for extraditado aos EUA, nega todas as acusações, alegando que era um consultor técnico do BTC-e, e não seu operador.
Ainda não se marcou uma data para uma audiência sobre o pedido de extradição da Rússia, referente a acusações menos graves de fraude. Embora Vinnik também as negue, consentiu em ser enviado de volta a seu país de origem.
O bitcoin foi a primeira moeda digital a ter sucesso no uso da criptografia para fazer transações seguras e por meio de pseudônimos, o que torna difícil sujeitá-la a regulamentações financeiras convencionais.
Vinnik apelou à Suprema Corte grega, e seus advogados citaram "indicações insuficientes, muito menos indícios" contra ele apresentados no tribunal.
Caso a Suprema Corte mantenha o veredicto e o extradite aos EUA, a decisão final caberá ao ministro da Justiça da Grécia, que pode aprovar a extradição a um país e impedi-la a outro no caso de haver solicitações que rivalizem entre si.