Mundo

Governos líbios divulgam planos para exploração do petróleo

Primeiro-ministro afirmou que as receitas petrolíferas continuam indo para o governo eleito

Engenheiro em frente aos tanques de armazenagem de gás em uma refinaria de petróleo próxima de Trípoli, na Líbia (Shawn Baldwin/Bloomberg)

Engenheiro em frente aos tanques de armazenagem de gás em uma refinaria de petróleo próxima de Trípoli, na Líbia (Shawn Baldwin/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2014 às 18h10.

Cairo/Benghazi - Um governo autoproclamado no controle da capital da Líbia anunciou suas políticas para a exploração do petróleo nesta semana, provocando uma réplica do primeiro-ministro, Abdullah al-Thinni, que afirmou que as receitas petrolíferas continuam indo para o governo eleito.

Três anos após a deposição de Muammar Gaddafi, a Líbia está mergulhada no caos, com dois gabinetes disputando o comando desde que a Operação Alvorecer, um conglomerado de grupos armados da cidade de Misrata, no oeste do país, dominou Trípoli em agosto, obrigando o governo de Thinni a se transferir para o leste.

Desde então, as forças lideradas a partir de Misrata formaram seu próprio parlamento e governo, que assumiu alguns ministérios e controla na prática partes do oeste e do centro da Líbia.

Os operadores de petróleo estão preocupados com a incerteza a respeito de quem está no comando das vastas reservas líbias do produto depois que o grupo de Misrata nomeou seu próprio ministro do Petróleo e assumiu o site oficial da estatal Corporação Nacional de Petróleo (NOC, na sigla em inglês).

A disputa pelo ministério aumenta a insegurança em relação à indústria petrolífera, que começou a dar sinais de recuperação depois que Thinni conseguiu pôr fim a um bloqueio de grandes portos no leste em mãos de grupos rebeldes que exigem autonomia.

Em uma entrevista à agência de notícias local Press Solidarity, o recém-nomeado ministro do Petróleo, Mashallah al-Zawi, disse que a pasta está empenhada em solucionar os protestos nos campos de extração e discute esquemas de aposentadoria precoce de funcionários para abrir espaço para novas contratações.

“O ministério está trabalhando para resolver a questão dos bloqueios dos jovens pelo diálogo e atendendo algumas exigências”, disse, delineando suas políticas pela primeira vez, de acordo com o site da agência.

Quem Manda?

Thinni, cujo governo é reconhecido pela comunidade internacional, falou de Bayda, cidade a leste de Benghazi, para onde seu gabinete se deslocou e de onde tenta manter contato com ministros na capital Trípoli, a mil quilômetros de distância. Ele afirmou que as receitas do petróleo continuam a ir para um banco líbio, que as transfere ao banco central.

O ministro líbio do Petróleo de fato é o presidente da NOC, Mustafa Sanallah.

No tocante à produção petrolífera do país, Thinni e Zawi citaram a mesma cifra de 800 mil barris por dia, e Zawi afirmou que as receitas, a única fonte de renda líbia, só serão cerca de um quinto do que eram no ano passado devido às manifestações nos campos de extração e nos portos.

Potências ocidentais temem que o conflito entre os dois gabinetes conduza a uma guerra civil e que o Exército ainda em formação do governo eleito não seja páreo para os ex-rebeldes de várias facções que desafiam a autoridade estatal.

Pelo menos 14 pessoas morreram e sete ficaram feridas em Benghazi nesta sexta-feira, terceiro dia de combates no local, disseram médicos.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaEnergiaIndústriaIndústria do petróleoIndústrias em geralLíbiaPetróleoPrimavera árabe

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru