Nicolás Maduro: opositores acusam Maduro de ser "um ditador" que controla os tribunais e que usurpou o poder do legislativo (Marco Bello/Reuters)
Reuters
Publicado em 18 de abril de 2017 às 11h39.
Última atualização em 18 de abril de 2017 às 11h55.
Mais de uma dezena de governos latino-americanos instaram o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, a convocar eleições para resolver a crise no país, onde protestos deixaram ao menos cinco mortos e dezenas de feridos e detidos até o momento.
Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Paraguai, Peru e Uruguai assinaram um comunicado, na segunda-feira, para lamentar os mortos da onda de manifestações antigoverno ocorridas neste mês na nação caribenha, abalada por uma grave crise econômica e social.
"Exortamos o governo da República Bolivariana de Venezuela a definir rapidamente as datas para dar cumprimento a um cronograma eleitoral que permita uma pronta solução à grave crise que a Venezuela vive e que preocupa a região", diz o comunicado divulgado por vários governos latino-americanos.
Os países também pediram ao governo e à oposição da Venezuela que mantenham a paz na quarta-feira, quando as duas forças sairão às ruas em um ambiente de alta tensão depois de meses de escassez aguda de alimentos e remédios, uma inflação descontrolada e uma violência política crescente.
"Fazemos um apelo ao governo (da Venezuela) para que garanta o direito à manifestação pacífica, tal como consagrado na Constituição... Da mesma forma, fazemos um apelo à oposição para que exerça seu direito com responsabilidade", acrescentou o comunicado.
Os opositores acusam Maduro de ser "um ditador" que controla os tribunais e que usurpou o poder do legislativo para impor uma agenda socialista que está levando o país possuidor das maiores reservas mundiais de petróleo à ruína.
Maduro, cuja popularidade vem despencando desde que assumiu o poder em 2014, afirma que seus adversários são "traidores" que buscam uma intervenção militar estrangeira, e atribui a culpa pela profunda recessão a uma "guerra econômica" promovida pelos Estados Unidos contra sua autoproclamada revolução bolivariana.
Embora a pressão internacional esteja aumentando, o sucessor do falecido Hugo Chávez ainda conta com o apoio de vários aliados no Caribe, além de Cuba, Equador e Bolívia, que não aceitam que a Venezuela seja punida na Organização de Estados Americanos (OEA) por não obedecer a Carta Democrática da entidade.