Mundo

Governos da eurozona estudam implantar taxa bancária, diz Welt

A criação de uma fórmula de contribuição dos credores privados permitiria assegurar a contribuição dos bancos ao resgate

No entanto, até agora, o Banco Central Europeu se opõe ao envolvimento de credores privados (Ralph Orlowski/Getty Images)

No entanto, até agora, o Banco Central Europeu se opõe ao envolvimento de credores privados (Ralph Orlowski/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2011 às 08h15.

Berlim - Os Governos da Zona do Euro estudam a possibilidade de implantar uma taxa bancária, como fórmula de contribuição dos credores privados e especialmente dos bancos ao resgate grego, informa nesta segunda-feira o jornal alemão "Die Welt".

Segundo esse meio, que cita fontes diplomáticas sem dar nomes, essa fórmula permitiria, de um lado, assegurar a contribuição dos bancos ao resgate - um dos pontos que defende o Governo de Angela Merkel - e ao mesmo tempo evitar o assédio das agências de classificação em caso de uma reestruturação da dívida.

Até agora, Merkel insistiu em defender o envolvimento de credores privados no resgate - essencialmente, bancos e seguradoras -, mas com o matiz que tal contribuição seria voluntária.

Tal taxa bancária, se prosperar, afetaria todas as entidades, incluindo as que não são credoras da Grécia, tanto os grandes bancos privados quantos às caixas econômicas, aponta esse meio.

Outras variantes em estudo, segundo este e outros meios alemães, seria a recompra ao menos parcial da dívida grega.

Esta é uma das fórmulas que está ganhando mais força nos trabalhos prévios à cúpula extraordinária da eurozona de quinta-feira, aponta o jornal de Munique "Süddeutsche Zeitung".

Até agora, o Banco Central Europeu (BCE) se opõe ao envolvimento de credores privados, no que vê uma forma de reestruturação da dívida mais ou menos suave que as agências de classificação poderiam equiparar a uma moratória.

A própria Merkel advertiu no domingo de novo contra uma reestruturação - embora não a descartou radicalmente -, por seus "efeitos negativos", já que em sua opinião os países afetados deixariam de "esforçar-se" para sair da situação por si só.

Merkel fez as declarações em entrevista à TV pública alemã "ARD", na qual se mostrou partidária à criação de uma agência de classificação europeia, disse.

A crise da dívida centrará a cúpula extraordinária da zona do euro convocada para a próxima quinta-feira, em que será discutido o financiamento do segundo programa de resgate da Grécia.

A cúpula acontece uma semana depois da data inicialmente prevista, já que a Alemanha freou a convocação ao insistir que era necessário contar primeiro com algo concreto sobre o que decidir.

Acompanhe tudo sobre:BCECrises em empresasEuropaUnião Europeia

Mais de Mundo

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde