Racionamento: Venezuela reduziu serviço elétrico em centros comerciais e hotéis e adotou pontos facultativos. (Carlos Garcia Rawlins / Reuters)
Da Redação
Publicado em 6 de junho de 2016 às 06h46.
As autoridades venezuelanas estenderam neste domingo o plano de racionamento elétrico a partir de segunda-feira, como medida diante da crise provocada pela seca gerada pelo fenômeno "El Niño", que reduziu o nível das represas do sistema hidroelétrico.
A decisão faz parte de um plano de economia iniciado há quatro meses e implicou, ainda, a antecipação em 30 minutos do horário (-1H00 com relação a Brasília), a redução do serviço elétrico em centros comerciais e hotéis, e a adoção de vários pontos facultativos.
Em comunicado, o ministério da Energia Elétrica adverte que o racionamento "será prorrogável dependendo das condições climáticas e do nível da represa de El Guri", que fornece 70% da eletricidade consumida no país.
Entre as medidas tomadas, o governo do presidente Nicolás Maduro reduziu a jornada de trabalho semanal no setor público para segunda e terça-feira.
O presidente afirma que a seca é a pior em 40 anos, mas a oposição culpa o governo de improvisar com as medidas e não ter feito manutenção adequada da infraestrutura por desorganização administrativa.
A Venezuela, que viveu uma profunda crise elétrica em 2010, sofre com apagões, sobretudo nas províncias, e racionamentos de água, o que aumenta as dificuldades diárias no país, mergulhado em uma aguda crise econômica, com a inflação mais alta do mundo (180% em 2015) e uma escassez de alimentos que provocam longas filas nos supermercados.