Bandeira da Venezuela: Timothy Hallet Tracy, nascido em 1978 no estado de Michigan (nordeste), foi detido na quarta-feira no aeroporto de Maiquetía quando tentava sair do país. (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2013 às 16h19.
Caracas - O governo venezuelano anunciou nesta quinta-feira a prisão de um cidadão americano acusado de ser um agente secreto financiado por ONGs estrangeiras para semear o caos na Venezuela e gerar uma guerra civil.
"Identificamos um norte-americano que começou a manter relações estreitas com os jovens da 'Operação Soberania", anunciou em coletiva de imprensa o novo ministro do Interior, Miguel Rodriguez Torres.
"Operação Soberania" é um grupo de estudantes que há meses organiza protestos para exigir informações sobre o estado de saúde do presidente Hugo Chávez -morto em 5 de março-, para pedir eleições justas e transparentes e contra os resultados eleitorais de 14 de abril.
Timothy Hallet Tracy, nascido em 1978 no estado de Michigan (nordeste), foi detido na quarta-feira no aeroporto de Maiquetía quando tentava sair do país, informaram fontes do ministério, que distribuiu fotos do jovem.
Segundo o ministro, Hallet Tracy é suspeito de cooperar com a direita venezuelana para desacreditar os resultados das eleições, que deram a vitória ao presidente presidente Nicolás Maduro com uma vantagem apertada de 1,8 ponto. Os opositores também são acusados de provocar a morte de nove pessoas durante mobilizações.
"Presumimos pelo modo de agir que ele pertence a alguma organização de inteligência porque tem treinamento, sabe como se infiltrar, sabe como manipular fontes, como conseguir informações com segurança", explicou Torres.
O ministro assegurou que o jovem era financiado por ONGs estrangeiras e que seu objetivo seria gerar ações violentas após as eleições de 14 de abril e "levar o país a uma guerra civil, o que provocaria a intervenção de uma potência estrangeira para colocar ordem no país e restabelecer a democracia".
Torres também divulgou um vídeo no qual o general Antonio Rivero, atual dirigente do partido opositor Vontade Popular, supostamente aparece dando instruções aos jovens em uma mobilização no dia 15 de abril na praça Altamira (leste de Caracas) que terminou com alguns distúrbios.