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Da Redação
Publicado em 9 de fevereiro de 2011 às 11h53.
Brasília - A Queiroz Galvão vai negociar nos próximos dias uma forma de garantir maior participação na construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). O anúncio da possível saída da empresa do consórcio que venceu o leilão anteontem foi entendido pelo governo apenas como um sinal de pressão da construtora para assegurar uma parcela significativa da obra em suas mãos.
O Palácio do Planalto foi avisado sobre a ameaça da Queiroz Galvão logo após o encerramento do leilão. Coube ao ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmerman, discutir o assunto com a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, que participou ativamente das negociações que garantiram a formação do consórcio que arrematou a usina, apesar do favoritismo do grupo liderado por Andrade Gutierrez.
"Eles estão querendo mais participação na área de construção", disse uma fonte do governo. "Os sócios vão conversar e ver o que a empresa quer." A preocupação da Queiroz Galvão é ficar apenas com o risco do projeto - porque detém 10,02% do grupo que irá administrar a usina - e perder para as concorrentes Camargo Corrêa e Odebrecht parcela significativa do contrato de construção efetiva da hidrelétrica, que será a terceira maior do mundo.
Oficialmente, a Queiroz Galvão não fez comentários sobre a possibilidade de desistência, que foi divulgada pelo presidente do consórcio, José Ailton de Lima, que também é diretor de engenharia e construção da Chesf, subsidiária da Eletrobrás que liderou o grupo vencedor. A possibilidade da Queiroz abocanhar uma parcela significativa da construção é remota. Segundo fonte do setor, desde o início da formação do consórcio Norte Energia, já estava certo que a construção da usina seria repartida entre grandes construtoras para diminuir o custo da obra. "A ideia de deixar para a Queiroz uma parcela gigantesca do projeto é um sonho de uma noite de verão", disse a fonte. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.