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Governo Trump deve investir em missões para explorar a Lua

O objetivo é ter incentivo da participação do setor privada, para missões de exploração espacial fora da órbita terrestre

Trump: sua comitiva e ex-funcionários da NASA que o aconselham expressaram o seu interesse em um retorno à Lua (Jim Lo Scalzo/Pool/Reuters)

Trump: sua comitiva e ex-funcionários da NASA que o aconselham expressaram o seu interesse em um retorno à Lua (Jim Lo Scalzo/Pool/Reuters)

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AFP

Publicado em 13 de março de 2017 às 13h26.

Relegada durante a presidência de Barack Obama, a Lua está se tornando, no governo de Donald Trump, um destino de interesse para missões de exploração espacial fora da órbita terrestre, com incentivo à participação do setor privado.

Se Trump pouco se manifestou sobre o assunto, sua comitiva e ex-funcionários da NASA que o aconselham expressaram o seu interesse em um retorno à Lua como parte de parcerias com o setor privado.

O bilionário Elon Musk, chefe da SpaceX, e Jeff Bezos, rico proprietário da Amazon, que criou a empresa espacial Blue Origin, reuniram-se várias vezes com assessores de Trump após a sua eleição.

"Há definitivamente um novo interesse pela Lua na administração Trump", aponta John Logsdon, ex-diretor do Instituto de Política Espacial, em Washington.

Alguns assessores do novo presidente trabalharam no programa Constellation do ex-presidente George W. Bush, que previa um retorno à Lua como um primeiro passo antes de uma missão a Marte.

Mas Barack Obama, cancelou o projeto Constellation, considerado caro, dizendo que os Estados Unidos já havia ido à Lua e que deve se concentrar em Marte.

"Essas pessoas ficaram irritadas, acreditando que a decisão foi um erro", explica à AFP.

Segundo John Logsdon, se "a administração Trump conseguir superar o caos atual e mobilizar um orçamento suficiente, veremos surgir um projeto ambicioso sobre a Lua com parcerias entre setores públicos e privados".

Audacioso

Eric Stallmer, presidente da "Commercial Spaceflight Federation", que representa a indústria espacial privada, concorda.

"A administração Trump quer fazer algo espetacular e ousado, e a Lua é certamente a ideia", assegurou à AFP.

Ele explica que o atual programa de NASA ainda em desenvolvimento, o lançador "Space Launch System" e a cápsula Orion para transportar astronautas a Marte em 2030, é "muito caro" e "não pode continuar sem parcerias com o sector privado" e com um retorno prévio à Lua.

A NASA já utiliza esses contratos com, entre outros, SpaceX para reabastecer a Estação Espacial Internacional (ISS) e, a partir de 2018, para transportar astronautas.

"Eu sei que o setor comercial está determinado e sua visão é ir à lua e além", diz o especialista.

SpaceX anunciou no final de fevereiro ter concluído um primeiro contrato para enviar dois turistas ao redor da lua no final de 2018, sem especificar o preço.

Anteriormente, a empresa havia dito que previa um voo não-tripulado a Marte no mesmo ano, como um prelúdio para missões tripuladas.

Jeff Bezos anunciou em janeiro, em um documento submetido à NASA e à equipe de Trump, do interesse da Blue Origin para construir uma nave e um aterrissador lunar capazes de assegurar um serviço de frete, e módulos habitáveis na Lua. Tudo isso em cooperação com a NASA.

Colônias lunares

Neste projeto, revelado no início de março pelo Washington Post, do qual Bezos é proprietário, ele explica que isso deve ajudar a "estabelecer colônias lunares", dizendo que "chegou o momento para a América de voltar à lua e desta vez ficar".

O parlamentar republicano de Oklahoma Jim Bridenstine, cotado para dirigir a NASA, elogiou recentemente a cooperação entre a agência e o setor privado para um retorno à Lua, explicando que "o interesse de um tal retorno é a água".

Os polos lunares contém bilhões de toneladas de gelo em crateras.

Com esta água, oxigênio e hidrogênio líquido poderão ser produzidos para a fabricação do combustível dos foguete a ser usados no futuro para ir a Marte, explicou, vendo a Lua, que é desprovida de atmosfera, como uma base industrial avançada para explorar o sistema solar.

O solo lunar também é rico em hélio 3, raro na Terra, o que poderia ser o futuro do combustível de usinas nucleares à fusão controlada. As terras raras, que são dezessete elementos químicos usados ​​em dispositivos eletrônicos, também são abundantes.

O sucesso da competição Google Lunar XPRIZE Foundation, que acaba de anunciar os cinco finalistas, incluindo a empresa americana Lua Express, também reflete a mania lunar.

Um prêmio de vinte milhões de dólares é oferecido a quem conseguir enviar primeiro um robô à Lua.

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