Mundo

Governo tailandês busca ajuda de militares por eleição

Pedido de ajuda às Forças Armadas demonstra que a primeira-ministra Yingluck Shinawatra está determinada a manter a eleição


	Manifestantes anti-governo na Tailândia: vice-premiê Surapong Tovichakchaikul disse na sexta-feira que pedirá ajuda dos comandantes militares para garantir os registros dos candidatos no sábado
 (Pornchai Kittiwongsakul/AFP)

Manifestantes anti-governo na Tailândia: vice-premiê Surapong Tovichakchaikul disse na sexta-feira que pedirá ajuda dos comandantes militares para garantir os registros dos candidatos no sábado (Pornchai Kittiwongsakul/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de dezembro de 2013 às 08h57.

Bangcoc - O governo tailandês disse nesta sexta-feira que pedirá ajuda dos militares para proteger candidatos e eleitores numa eleição em fevereiro, após confrontos entre policiais e manifestantes antigoverno que deixaram dois mortos e vários feridos.

O pedido de ajuda às Forças Armadas --uma instituição poderosa, mas fortemente politizada-- demonstra que a primeira-ministra Yingluck Shinawatra está determinada a manter a eleição, em que seu partido, o Puea Thai, é favorito.

Qualquer adiamento da eleição poderia deixar o governo e o partido dela expostos a uma escalada das manifestações nas ruas e a contestações judiciais.

O governo de Yingluck rejeitou na quinta-feira uma solicitação da Comissão Eleitoral para adiar a votação de 2 de fevereiro até que haja "consentimento mútuo" de todos os lados -- um resultado cada vez mais improvável depois dos violentos confrontos de quinta-feira em um local de registro eleitoral.

Yingluck tem o apoio dos tailandeses mais pobres, especialmente no norte e nordeste do país, mas enfrenta protestos da classe média e da elite de Bangcoc, que a veem como um fantoche de seu irmão, o ex-premiê populista Thaksin Shinawatra.

O vice-premiê Surapong Tovichakchaikul disse na sexta-feira que pedirá ajuda dos comandantes militares para garantir os registros dos candidatos no sábado.

"Vamos discutir juntos como cuidar da segurança das pessoas que virão votar em 2 de fevereiro", disse Surapong pela televisão.


Os militares permanecem neutros nas atuais turbulências e se ofereceram para agirem como mediadores, embora o líder dos manifestantes, o ex-deputado Suthep Thaugsuban, tente atrair os militares para seu lado.

Os militares realizaram ou tentaram 18 golpes nos últimos 80 anos - inclusive o que derrubou Thaksin em 2006.

Surapong também reiterou que o governo não tem intenção de adiar a votação, apesar da solicitação da Comissão Eleitoral.

Os manifestantes prometem tumultuar a eleição, e exigem que Yingluck renuncie para dar lugar a um "conselho popular", não eletivo, que adote reformas antes de qualquer eleição direta.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEleiçõesPolítica no BrasilProtestosTailândia

Mais de Mundo

Mais de 300 migrantes são detidos em 1º dia de operações sob mandato de Trump

Migrantes optam por pedir refúgio ao México após medidas drásticas de Trump

Guerra ou acordo comercial? Gestos de Trump indicam espaço para negociar com China, diz especialista

Novo incêndio florestal provoca ordens de evacuação na região de Los Angeles