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Governo suspenderá imãs que incitem violência no Egito

Medida pretende evitar que os imãs da Irmandade Muçulmana continuem em seus postos e incentivem, durante orações, posicionamento contra Exército


	Membros da Irmandade Muçulmana e partidários do presidente deposto do Egito Mohamed Mursi: por outro lado, a autoridade máxima do islã no Egito condenou a violência
 (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)

Membros da Irmandade Muçulmana e partidários do presidente deposto do Egito Mohamed Mursi: por outro lado, a autoridade máxima do islã no Egito condenou a violência (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2013 às 14h28.

Cairo - O governo do Egito anunciou nesta segunda-feira que suspenderá imediatamente de suas funções qualquer imã que utilize as mesquitas para incitar a violência contra o Exército, a polícia e as instituições do Estado.

Em um breve comunicado, o Ministério do Auqaf (Assuntos Religiosos) ressaltou que nas mesquitas e nos sermões dos clérigos pode haver "a misericórdia e o perdão, mas não a violência e o terrorismo".

A medida pretende evitar que os imãs simpatizantes da Irmandade Muçulmana continuem em seus postos e incentivem, durante as orações, que as pessoas se posicionem contra a repressão das forças de segurança egípcias aos protestos dos seguidores do presidente deposto Mohammed Mursi.

Por outro lado, o mufti do Egito, a autoridade máxima do islã no país, Shauqi Alam, condenou hoje a violência e alertou o povo que "qualquer conflito civil só favorecerá aos inimigos da pátria".

"Expressamos nossa condenação total da violência e do terrorismo, em todas as suas formas, que são categoricamente proibidas pelo islã", assegurou Alam em discurso na televisão.

O mufti pediu aos egípcios que protejam as instituições do Estado e considerou que o porte de armas durante os protestos não é permitido pela religião.

O líder religioso exigiu que os serviços de segurança apliquem as leis e levem os que não as respeitam para os tribunais.

O Egito está imerso em uma onda de violência que deixou cerca de 900 mortos desde a última quarta-feira, quando a polícia desmantelou dois acampamentos no Cairo de manifestantes islamitas que reivindicam o retorno de Mursi ao poder.

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