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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.
Brasília - Para o País poder exportar urânio enriquecido até o fim da década e superar o atraso no plano de dominar o ciclo do combustível nuclear em escala industrial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou a inclusão no Orçamento do ano que vem, o primeiro de seu sucessor, de um investimento de R$ 127 milhões, informou o ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende. O programa nuclear brasileiro foi assunto de reunião reservada de Lula com um grupo de ministros há duas semanas.
A autossuficiência no ciclo do combustível nuclear, planejada inicialmente para 2013, foi descartada na reunião. A meta agora é atingir esse objetivo no ano seguinte, mas isso depende de investimentos no primeiro ano de governo do sucessor de Lula, contou o ministro.
Os R$ 127 milhões da conta apresentada por Rezende no encontro com Lula são a primeira parcela do dinheiro necessário para ampliar a escala de conversão do concentrado de urânio em gás, numa etapa intermediária do enriquecimento do urânio ainda feita totalmente no exterior, e também para aumentar a fabricação de ultracentrífugas. O custo total das novas fábricas é de R$ 348 milhões em três anos.
"O valor necessário durante o primeiro ano é pequeno, e o presidente determinou que seja colocado no Orçamento para que o programa nuclear não atrase mais", relatou Sergio Rezende. As necessidades de consumo de urânio enriquecido foram estabelecidas com base na expansão no número de usinas nucleares no País.
Além de retomar as obras de Angra 3, cuja construção ficou interrompida desde 1986, o governo estuda a construção de pelo menos mais quatro usinas, de 1.000 megawatts (MW) cada, até 2034. As duas primeiras são projetadas para o Nordeste, provavelmente às margens do Rio São Francisco. Embora polêmico, o enriquecimento de urânio é positivo, porque agrega valor ao minério. O Brasil é um poucos países que detêm grandes reservas e também sabe enriquecê-lo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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