Goodluck Jonathan, presidente da Nigéria: jovens foram sequestradas em abril (Chris McGrath/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 13 de maio de 2014 às 14h15.
Londres - O governo da Nigéria está "disposto" a negociar com a seita islâmica Boko Haram para conseguir a libertação das mais de 200 meninas sequestradas em um colégio no mês passado, disse nesta terça-feira à cadeia "BBC" o ministro de Assuntos Especiais nigeriano, Tanimu Turaki.
O ministro afirmou que se o Boko Haram está sendo "sincero", o líder do grupo, Abubakar Shekau, deveria enviar pessoas de sua confiança para negociar.
Turaki é presidente do Comitê de Reconciliação, estabelecido pelo presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, para buscar maneiras de negociar com o Boko Haram.
As meninas foram sequestradas em uma escola da cidade de Chibok, no estado de Borno, no norte da Nigéria, em 14 de abril.
Em um vídeo divulgado ontem que mostrava cerca de 130 meninas vestidas com véu islâmico e recitando versos do Corão, o Boko Haram pede como moeda de troca pelo fim do sequestro a libertação de presos do grupo radical.
O ministro nigeriano de Assuntos Especiais disse ao programa "Focus On África" do canal britânico que "o diálogo é uma opção fundamental" para pôr fim à crise.
Turaki demonstrou confiança de que "um assunto desta natureza possa ser resolvido sem violência".
O governo da Nigéria, que estuda a gravação divulgada ontem, afirmou que estuda "todas as opções" para o resgate das menores, segundo um porta-voz governamental.
Mike Omeri, diretor-geral da Agência Nacional de Orientação (NOA, órgão do Ministério de Informação), afirmou ontem à noite em entrevista coletiva: "se for necessário usar qualquer tipo de ação para liberar as meninas de seu cativeiro, vamos fazer".
Em Londres, o Ministério das Relações Exteriores britânico informou que o secretário de Estado para a África, Mark Simmonds, viajará amanhã para Abuja, onde manterá encontros com autoridades nigerianas para buscar novas formas de ajuda por parte do Reino Unido para libertar as menores.
Uma equipe especialistas britânicos, que se encontra em Abuja desde o dia 9 de maio, coopera atualmente com o governo nigeriano e outros parceiros internacionais para lidar com o sequestro, lembrou a nota do Foreign Office.
"Os contínuos assassinatos e sequestros de estudantes, particularmente de meninas na Nigéria, pelas mãos do Boko Haram são uma cruel lembrança da ameaça que enfrentam mulheres e meninas em áreas propensas ao conflito", afirmou Simmonds.
O secretário de Estado para a África acrescentou que nessas zonas "as crianças pequenas têm negadas liberdades universais, como a educação".