Rio Xingu, onde deve ser construída a usina de Belo Monte: o país pode abrir mão do potencial da Amazônia? (Paulo Jares/VEJA)
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2011 às 21h28.
São Paulo - O governo brasileiro não enviará representantes à audiência convocada pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) para tratar sobre o processo de licenciamento e construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. O governo foi convocado na semana passada para essa reunião fechada, que será realizada em Washington, na próxima quarta-feira. O Itamaraty confirmou que o Brasil foi convidado, mas que não participará.
Em nota, organizações que representam comunidades indígenas, também convocadas, criticaram a postura do governo. Segundo elas, "a decisão expõe a covardia de um governo que, sabendo das ilegalidades e arbitrariedades cometidas no processo de licenciamento e construção de Belo Monte, evita ser novamente repreendido publicamente pela comissão".
Ainda na nota, acrescentam que "o Estado brasileiro dá ao mundo um triste exemplo de autoritarismo e truculência, deixando claro que o País estará fechado para o diálogo quando for contrariado em instâncias internacionais". Assinam o documento o Movimento Xingu Vivo para Sempre, Justiça Global, Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos, Prelazia do Xingu, Conselho Indigenista Missionário, Dignitatis - Assessoria Técnica Popular, Movimento de Mulheres de Altamira Campo e Cidade, Rede Justiça nos Trilhos, Associação dos Indígenas Juruna do Xingu do km 17, Mutirão pela Cidadania e Mariana Criola - Centro de Assessoria Popular.