Jogador do Boca Juniors: em março de 2010, houve determinação do estado que nos intervalos dos jogos só haja publicidade institucional da presidência (Divulgação/Boca Juniors)
Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2014 às 13h08.
Buenos Aires - O governo argentino apresentará nesta quarta-feira o que vem sendo considerada uma "refundação" das transmissões do Campeonato Argentino, após as diversas críticas recebidas pelos montantes de dinheiro investido e até pela presença exclusiva de propaganda oficial.
Com o empresário Marcelo Tinelli como novo chefe de produção, a expectativa do governo é de, em ano de Copa do Mundo, fazer do futebol um aliado e não um inimigo.
Em 11 de agosto de 2009, a Associação de Futebol Argentino (AFA) suspendeu contrato vigente com a empresa Torneos y Competencias e, em troca de 600 milhões de pesos, mais que o dobro que era pago anteriormente, cedeu os direitos de transmissão ao governo.
Na decisão, o estado alegava que o futebol era um "bem cultural e social", que deveria estar disponível a todos os argentinos de maneira gratuita. Assim, todos os jogos da primeira e segunda divisão do país passaram a ser exibidos em emissoras de sinal aberto.
Recentemente, o governo foi alvo de ataques pelo aumento do montante pago que subiu dos 600 milhões para 1,51 bilhão em 2013.
Em março de 2010, houve determinação do estado que nos intervalos dos jogos só haja publicidade institucional da presidência. A oposição aponta um abuso, já que o futebol se tornou um "veículo propagandístico partidário e oficial".
A partir disso, o chefe de gabinete, Jorge Capitanich, propôs mudança estética, no formato, nos nomes e no sustento econômico do projeto.
Com nova condução, e agora em parceria com a Torneos y Competencias, as transmissões já terão novo formato na abertura do Torneio Final, segunda metade da edição 2013/2014 da primeira divisão do Campeonato Argentino.
Entre as novidades estão o lançamento da AFATV, a inclusão de publicidade privada, entre outras, que tentam garantir que o futebol não seja um "teto de vidro" para o governo argentino.