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Governo Milei removerá nome de Néstor Kirchner de gasoduto estratégico da Argentina

Presidente mudou nomes de vários lugares que haviam sido dados em gestões anteriores

Javier Milei, presidente da Argentina (Presidência da Argentina/AFP)

Javier Milei, presidente da Argentina (Presidência da Argentina/AFP)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 10 de novembro de 2024 às 17h54.

O governo de Javier Milei anunciou que mudará o nome do Gasoduto Presidente Néstor Kirchner (GPNK), uma das obras-símbolo da era kirchnerista na Argentina, para Gasoduto Perito Francisco Pascasio Moreno.

Esta é a última de uma série de decisões políticas para modificar os nomes de projetos tirados do papel durante os governos peronistas de Néstor Kirchner (2003-2007) e de sua esposa Cristina Kirchner (2007-2015).

“O Gasoduto Presidente Néstor Kirchner muda de nome: a partir de agora será denominado Gasoduto Perito Francisco Pascasio Moreno. Fim”, escreveu no sábado nas suas redes sociais o porta-voz presidencial, Manuel Adorni.

O governo de Alberto Fernández (2019-2023), do qual Cristina foi vice-presidente, inaugurou em 9 de julho de 2023, coincidindo com o Dia da Independência argentina, o primeiro trecho do GPNK, obra necessária para o transporte do gás natural da formação de hidrocarbonetos não convencionais Vaca Muerta (sudoeste) para os centros de consumo.

O trecho de 573 quilômetros percorre as cidades de Trayén, na província de Neuquén, atravessando os municípios patagônicos de Río Negro (sul) e La Pampa (centro), até chegar à cidade de Salliqueló, na província de Buenos Aires.

Vaca Muerta estende-se por 30.000 quilômetros quadrados, sob profundidades que variam entre 2.500 e 3.500 metros, o que a torna a segunda maior reserva de gás não convencional do mundo e a quarta maior reserva de petróleo deste tipo.

O futuro energético da Argentina está centrado no desenvolvimento deste campo, uma vez que tem potencial para reduzir a dependência das importações de energia e gerar receitas através das exportações.

Batalha cultural

Um dos focos políticos da presidência do ultraliberal Javier Milei, desde que assumiu o poder em 10 de dezembro do ano passado, é a “batalha cultural” que começou a travar contra o peronismo, principal força de oposição.

Antes do gasoduto, o governo havia mudado o nome do Centro Cultural Kirchner (CCK) - uma antiga agência dos correios reformada para ser um espaço moderno que abrigasse manifestações artísticas e uma área de educação - para Palácio Libertad.

Além disso, o Salão das Mulheres da Casa Rosada (sede do Executivo) passou a se chamar Salão dos Próceres por decisão da secretária-geral da presidência e irmã do presidente, Karina Milei.

No dia do anúncio, Adorni chegou a afirmar que “ter um salão das mulheres talvez seja discriminatório para os homens”.

As mudanças dentro da Casa Rosada continuaram com a renomeação do “Salão dos Povos Originários” para “Salão dos Herois das Malvinas”.

Nesta ocasião, o chefe de Estado argentino defendeu a figura de Julio Argentino Roca, responsável pela “Campanha do Deserto” entre 1878 e 1885, na qual a Argentina do século 19 conquistou porções de La Pampa e da Patagônia que estavam em poder dos povos indígenas.

Neste final de semana, Karina Milei viajou às províncias de Chaco e Corrientes, no norte do país, como parte de um giro nacional para consolidar a presença do partido ultradireitista A Liberdade Avança em todo o território.

“Temos que continuar travando essa batalha cultural, indo a todos os cantos possíveis para difundir essas ideias e explicar seus benefícios, que estão transformando a realidade das pessoas ao redor do mundo. Por isso, Javier Milei é um líder mundial”, afirmou a irmã do presidente argentino.

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