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México dá ultimato a grupos de autodefesa de Michoacán

Governo afirmou que não tolerará a justiça pelas próprias mãos e ordenou que os grupos de autodefesa se integrem aos corpos policiais


	Policial mexicano monta guarda em Apatzingan, no estado de Michoacán: governo federal decidiu reforçar as posições militares e policiais no território no ano passado
 (Alfredo Estrella/AFP)

Policial mexicano monta guarda em Apatzingan, no estado de Michoacán: governo federal decidiu reforçar as posições militares e policiais no território no ano passado (Alfredo Estrella/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2014 às 22h14.

Morelia - O governo do México afirmou nesta segunda-feira que não tolerará a justiça pelas próprias mãos e ordenou que os grupos de autodefesa se integrem aos corpos policiais ou, caso contrário, deixem suas armas e retornem a seus lugares de origem.

A advertência estava dirigida aos grupos de civis armados que desde o ano passado surgiram no estado de Michoacán, no sudoeste do México, perante a forte presença de cartéis do narcotráfico e a fragilidade das autoridades.

"O que ocorreu na região durante estes anos não tem paralelo nem precedente em nenhum lugar", declarou nesta segunda-feira o ministro do Interior, Miguel Ángel Osorio Chong, em reunião que liderou com autoridades do estado em Morelia, capital de Michoacán.Grupos de autodefesa de Michoacán operam em 15 municípios dos 100 que há nesse estado, especialmente na região conhecida como Tierra Caliente, um vale que ganhou esse nome devido às altas temperaturas da região.

Osorio anunciou que, por causa de um pedido do governo do estado, serão as instituições federais as que se encarregarão em Tierra Caliente de proteger os moradores nos municípios da área.

No ano passado, o governo federal decidiu reforçar as posições militares e policiais no território, e inclusive chegou a fazer-se cargo de garantir a segurança em Lázaro Cárdenas, o porto mais importante de Michoacán sobre o oceano Pacífico.

Isso por causa da extensão de cartéis como Os Cavaleiros Templários no estado e a corrupção que imperava no principal terminal portuário, aproveitado pelos traficantes para o transporte de drogas e outros negócios ilícitos.

Osorio Chong reconheceu que há uma década em Michoacán se estava incubando "a delinquência, a insegurança e a violência" pela "decomposição paulatina do tecido social" unida a "um acelerado processo de destruição do tecido institucional".


Além de o governo federal encarregar-se de funções de segurança que até agora estavam nas mãos do estado e dos municípios, Osorio anunciou planos para melhorar a formação policial e a criação de uma unidade antisequestro.

Tudo isso para eliminar as causas que motivaram o surgimento dos grupos de autodefesa, aos quais ordenou para "que retornem a seus lugares de origem e se reincorporem a suas atividades cotidianas".

"A segurança de suas comunidades estará plenamente a cargo das instituições", afirmou Osorio, considerado o ministro de maior peso político no governo do presidente mexicano, Enrique Peña Nieto.

Osorio Chong convidou os integrantes desses grupos de civis armados para que, se assim considerarem, possam incorporar-se aos corpos policiais, dentro do esquema institucional e sempre e quando cumpram os requisitos estipulados.

Caso contrário, as autoridades "aplicarão a lei de maneira rigorosa e indiscriminada, motivo pelo qual não haverá tolerância alguma para qualquer pessoa que seja surpreendida em posse de armas" sem contar com a autorização legal, assegurou Osorio.

O surgimento destes grupos gera um maior enfraquecimento do Estado de Direito, deteriora "o já por si lastimado tecido institucional" e abona o terreno "arbitrário, inconstitucional e perigoso da aplicação da justiça por própria mão", acrescentou.

No entanto, em uma primeira resposta, representantes destes grupos de civis armados consultados pela Agência Efe não mostraram muita disposição para aceitar as alternativas oferecidas pelo governo.

"Não podemos retornar porque o crime organizado tem a capacidade de nos buscar (...), e imediatamente nos matam", disse Estanislao Beltrán, líder de um dos grupos de autodefesa.

Outro dirigente destes grupos, Hipólito Mora, insistiu também que primeiro o governo "deveria pedir aos Cavaleiros Templários que deixem as armas".

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