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Governo Macri enfrenta protestos contra ajustes na educação

Depois da alta desvalorização do peso e o aumento dos juros, docentes e estudantes de 57 universidades protestaram contra contra os ajustes do governo

Argentina: o governo argentino propõe reajustar os salários dos professores em 15% em 3 parcelas (Marcos Brindicci/Reuters)

Argentina: o governo argentino propõe reajustar os salários dos professores em 15% em 3 parcelas (Marcos Brindicci/Reuters)

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EFE

Publicado em 31 de agosto de 2018 às 10h48.

Última atualização em 31 de agosto de 2018 às 11h01.

Buenos Aires - Depois de uma manhã complicada para a economia argentina, dezenas de milhares de pessoas defenderam nesta quinta-feira em Buenos Aires a educação universitária pública, em uma marcha na qual os docentes, com o apoio de muitos alunos, protestaram contra os ajustes do governo e pela atualização dos seus salários.

Horas depois de o peso se desvalorizar 10,72% frente ao dólar - 18,87% nas últimas 48 horas -, o clima da passeata foi mais quente ainda, apesar do frio e da chuva que caíram sobre a capital argentina durante a tarde, e as palavras de ordem contra o Executivo de Mauricio Macri se igualaram com as que apoiaram a universidade pública.

Diferentes partidos políticos de esquerda acompanharam representantes de 57 universidades públicas de todo o país e os principais sindicatos educativos, que convocaram a manifestação depois de várias semanas de negociações fracassadas com o Ministério da Educação argentino.

A reivindicação central da comunidade educativa é o salário dos professores, já que consideram que o aumento de 15% em três parcelas oferecido pelo governo para este ano é insuficiente, ao levar em conta que se prevê que a inflação do ano se situe acima de 30%, segundo analistas, e que a moeda local se desvalorizou 102% nos últimos oito meses e continua em queda.

O professorado exige que o aumento seja de 30% e inclua a denominada cláusula "gatilho", que serve para que as partes se sentem para negociar de novo se a inflação superar o limite estipulado no acordo.

A esperança dos docentes, em greve desde o início do mês, é sentar-se para negociar outra vez com o governo depois de uma convocação que paralisou o centro portenho pela sua grande afluência.

"Os docentes ficamos muito atrasados em nossos salários e essa é a principal reivindicação do grêmio", afirmou o professor universitário Guillermo Clarke, que dá aulas de História na faculdade de Comunicação Social da Universidade Nacional de La Plata.

Embora a questão salarial seja importante para Clarke, o docente considerou que na marcha desta quinta-feira "a preocupação é por algo mais amplo: a essência da universidade pública argentina, sua gratuidade, funcionamento e excelência".

Uma das milhares de estudantes que marcharam hoje, Maribel Barbosa, relatou à Agência Efe como o edifício da sua faculdade pública é alugado e "não pode se manter", motivos pelos quais se posicionou ao lado de seus educadores.

"Eles nos mostram o futuro, são nossos professores. Nós apostamos neles e eles apostam em nós. Não podemos seguir assim porque se não isto cai e terminamos todos na universidade privada, que é para poucos e não é justa", argumentou.

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