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Governo lança consultas sobre reforma eleitoral em Hong Kong

China aceitou o princípio de sufrágio universal, mas apenas dois ou três candidatos poderão disputar a eleição e terão de contar com o aval do comitê eleitoral

Parlamentares pró-democracia abandonam o plenário durante os debates sobre a eleição do futuro chefe de Governo (Aaron Tam/AFP)

Parlamentares pró-democracia abandonam o plenário durante os debates sobre a eleição do futuro chefe de Governo (Aaron Tam/AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2015 às 08h52.

Hong Kong - As autoridades de Hong Kong lançam nesta quarta-feira uma nova rodada de consultas sobre a eleição do futuro chefe de Governo na ex-colônia britânica, onde o movimento pró-democracia tem poucas esperanças de ver suas exigências de um verdadeiro sufrágio universal satisfeitas.

Após dois meses de longas manifestações para reclamar que o futuro chefe do executivo seja eleito livremente em 2017, a situação política é tensa neste território que passou para a tutela chinesa em 1997.

A China aceitou o princípio de sufrágio universal, mas apenas dois ou três candidatos poderão disputar a eleição e terão de contar com o aval do comitê eleitoral, o que garante, segundo a oposição, a eleição de um nome fiel a Pequim.

Nesta quarta, o governo lança uma segunda rodada de contatos para expor suas intenções sobre a reforma eleitoral mediante um documento que será apresentado ao Conselho Administrativo, o Parlamento de Hong Kong, e postado na internet para que os cidadãos possam comentar.

O primeiro ciclo de consultas teve início em maio do ano passado.

Na véspera, o governo de Hong Kong transmitiu às autoridades chinesas um controvertido relatório sobre as recentes manifestações ocorridas na ex-colônia britânica, que, segundo a oposição local, contradiz a opinião de seus habitantes.

O documento de 220 páginas, intitulado "Relatório sobre a recente situação social e política em Hong Kong", relata de forma cronológica as manifestações que ocorreram entre o final de setembro e o final de novembro e reconhece "divergências" dentro da população da ex-colônia, concluindo, no entanto, que as posições das autoridades de Pequim e do governo do território autônomo local refletem "a aspiração de uma maioria da população".

O opositor Partido Democrático denunciou que o documento viola as opiniões dos habitantes de Hong Kong. Muitos parlamentares opositores rasgaram em plenário cópias do relatório em sinal de protesto.

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