Enrico Letta: é quase certo que premiê consiga o apoio de rebeldes do partido centro-direitista de Berlusconi, que agora voltou a adotar seu nome original, Força Itália (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 25 de novembro de 2013 às 13h48.
Roma - A coalizão de governo do primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, anunciou nesta segunda-feira que vai pedir um voto de confiança ao Parlamento sobre seu orçamento para 2014, uma iniciativa que será a primeira prova cabal de sua força desde a cisão no partido de Silvio Berlusconi este mês.
Votos de confiança, os quais limitam a o escopo para emendas que tomam tempo, costumam ser pedidos com regularidade para acelerar a aprovação de leis na Itália, e é quase certo que Letta consiga o apoio de rebeldes do partido centro-direitista de Berlusconi, que agora voltou a adotar seu nome original, Força Itália.
Mas a apresentação dessa moção no Senado eleva a tensão antes de uma votação sobre a expulsão de Berlusconi do Parlamento, prevista para esta semana, e provavelmente vai cimentar a cisão entre o Força Itália e a coalizão de governo de Letta, formada por partidos de esquerda e direita depois que as eleições de fevereiro mergulharam o país num impasse político.
"O voto de confiança é necessário não apenas para garantir uma rápida aprovação (da lei orçamentária), mas também para verificar... a confiança entre o governo e sua maioria parlamentar", disse o ministro de Assuntos Parlamentares, Dario Franceschini.
Berlusconi, que quase certamente será expulso do Parlamento por causa de sua condenação na Justiça por fraude fiscal, fracassou no mês passado em seu objetivo de derrubar o governo e tem se mostrado cada vez mais hostil antes da votação no Senado esta semana sobre a sua saída.
O bilionário de 77 anos promete romper com o governo e passar para a oposição aberta se o Partido Democrático, de Letta, de centro-esquerda, votar pela sua expulsão. Manifestações de apoio a ele estão sendo planejadas para o centro de Roma durante a votação.
Sua ameaça de retirar seu partido da coalizão levou a uma cisão na centro-direita, tendo 30 senadores e 27 deputados expressado apoio ao governo.