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Governo intervém para conter vazamento de Fukushima

"Estabilizar a central de Fukushima é a nossa prioridade", disse hoje o primeiro- ministro, Shinzo Abe


	Funcionários na usina nuclear de Fukushima, no Japão: a água contaminada, que se acumula em cerca de mil tanques dispostos ao longo de todo o complexo nuclear, aumenta diariamente pelas cerca de 400 toneladas de água subterrânea.
 (REUTERS/Issei Kato)

Funcionários na usina nuclear de Fukushima, no Japão: a água contaminada, que se acumula em cerca de mil tanques dispostos ao longo de todo o complexo nuclear, aumenta diariamente pelas cerca de 400 toneladas de água subterrânea. (REUTERS/Issei Kato)

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Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2013 às 16h56.

Tóquio - A usina nuclear de Fukushima, epicentro da crise atômica no Japão, derrama diariamente cerca de 300 toneladas de água radioativa no mar, um "problema urgente" que o governo japonês se comprometeu nesta quarta-feira a conter com medidas "rápidas e eficazes", como o congelamento do solo.

"Estabilizar a central de Fukushima é a nossa prioridade. A água contaminada representa um problema urgente que gera muita inquietação na população", disse hoje o primeiro- ministro, Shinzo Abe, em declarações divulgadas pela emissora japonesa "NHK".

Atualmente, a grande preocupação dos cerca de 3,5 mil empregados que trabalham diariamente para pôr fim à crise nuclear é a absurda quantidade de água contaminada que se acumula nos porões dos edifícios danificados que abrigam os reatores atômicos, isolados pela radioatividade após o devastador tsunami de 2011.

A água contaminada, que se acumula em cerca de mil tanques dispostos ao longo de todo o complexo nuclear, da qual uma parte é usada para esfriar os reatores, aumenta diariamente pelas cerca de 400 toneladas de água subterrânea que, proveniente das montanhas, entra em contato com os porões e se mistura ao líquido tóxico.

Apesar de descartada, no dia 23 de julho, a hipótese de que um vazamento no mar tivesse ocorrido, o operador da central, Tokyo Electric Power (TEPCO), admitiu pela primeira vez ter detectado traços de contaminação dessa água no mar.


No entanto, um funcionário do governo alertou hoje que a maior parte dessa água contaminada derramada no mar está limitada às zonas próximas à central, cujo porto se encontra isolado do Oceano Pacífico pelas barreiras e diques que protegem a usina.

Diante da gravidade do problema, e com os tanques no limite de sua capacidade (cerca de 300 mil toneladas de água), o operador apostou em construir barreiras subterrâneas através de um processo de congelamento do solo e começou, nesta semana, a bombear água do subsolo.

"Não existe um precedente no mundo sobre a construção em grande escala de um muro que isole a água através do congelamento do solo", declarou hoje o ministro Yoshihide Suga.

Para poder congelar o subsolo, a TEPCO instalará encanamentos com refrigeradores entre os edifícios dos quatro reatores afetados pelo tsunami, para criar uma zona de contenção de aproximadamente 1,4 quilômetro de comprimento.

"Para realizá-lo, acho que o governo tem que dar um passo adiante", afirmou Suga, sobre o projeto com o qual esperam reduzir de 300 para 60 o número de toneladas de água radioativa derramada diariamente no mar.

Abe deu hoje a ordem ao ministro da Indústria, Toshimitsu Motegi, de elaborar um plano para ajudar a TEPCO em sua luta para lidar com o vazamento de água contaminada da usina.

Sob esta premissa, o Executivo, que controla as duas câmaras, pedirá ao parlamento que direcione uma verba do orçamento do próximo ano para financiar o complexo projeto de congelamento do solo.


Enquanto isso, a água subterrânea continua aumentando seus índices de radiação e as últimas pesquisas indicam um nível de contaminação até 47 vezes maior que o das amostras extraídas há apenas cinco dias.

O operador de Fukushima detectou mostras com cerca de 56 mil becqueréis de substâncias radioativas, entre elas estrôncio, por litro da água subterrânea analisada.

A prioridade da TEPCO em seu roteiro é controlar a água radioativa acumulada sob as unidades e iniciar, no final deste ano, a retirada do combustível usado na piscina do reator número 4 da usina, como etapa prévia à retirada das barras.

Em seu caminho para desmantelar a central, um processo que se prolongará durante cerca de 40 anos, a TEPCO deve também se comprometer com a descontaminação das aldeias evacuadas em função da alta radiação e criar um processo para tratar os resíduos radioativos. 

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