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Governo impugnará candidatura de Puigdemont na Catalunha

O governo espanhol irá alegar que pesa sobre ele uma ordem de prisão por seu papel na frustrada secessão catalã

Carles Puigdemont: o recurso poderia ser apresentado na sexta-feira pelo chefe do governo espanhol (Yves Herman/Reuters)

Carles Puigdemont: o recurso poderia ser apresentado na sexta-feira pelo chefe do governo espanhol (Yves Herman/Reuters)

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AFP

Publicado em 25 de janeiro de 2018 às 19h38.

O governo espanhol anunciou nesta quinta-feira (25) que recorrerá na Justiça contra a candidatura do independentista Carles Puigdemont à Presidência da Catalunha, alegando que pesa sobre ele uma ordem de prisão por seu papel na frustrada secessão catalã.

O governo central prevê "interpor ao Tribunal Constitucional a impugnação da resolução (...) que propõe à Câmara o deputado Carles Puigdemont como candidato à presidência da Generalitat (Executivo catalão)", informou em entrevista coletiva a vice-presidente do governo espanhol, Soraya Sáenz de Santamaría.

O recurso poderia ser apresentado na sexta-feira pelo chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, explicou a vice-presidente.

"O fundamento deste escrito é que o estatuto jurídico atual do senhor Puigdemont é incompatível com seu comparecimento pessoal na Câmara (catalã para sua posse), já que pesa sobre ele uma ordem judicial de detenção que deve se fazer efetiva logo que entrar em território espanhol", prosseguiu Sáenz de Santamaría.

Se o Tribunal Constitucional aceitar o trâmite do recurso, isso "levaria à suspensão" imediata de sua candidatura, explicou a vice-presidente.

Antes de apresentar formalmente o recurso, o governo pediu um relatório a um alto órgão consultor, o Conselho de Estado.

No documento, o Conselho de Estado validou os argumentos jurídicos, mas não que a impugnação seja feita de maneira preventiva. Não obstante, uma fonte do Executivo espanhol indicou à AFP que o governo tem a intenção de seguir em frente com o recurso, destacando que o relatório "é preceptivo, mas não vinculante".

O líder separatista, em exílio voluntário em Bruxelas desde o fim de outubro para evitar uma investigação por rebelião e sedição, é o único candidato presidir a Catalunha.

Destituído pelo governo de Rajoy após a frustrada declaração de independência feita pelo Parlamento catalão em 27 de outubro, Puigdemont solicitou garantias para poder retornar à sessão de posse.

A sessão foi marcada nesta quinta-feira pelo presidente do Parlamento, o separatista Roger Torrent, para 14h00 GMT (12h00 em Brasília) da próxima terça-feira, mediante um documento que ratifica que o candidato é Puigdemont.

Dentro das ferramentas para frear a possível posse de Puigdemont, a vice-presidente Sáenz de Santamaría disse que o governo espanhol também levou uma consulta ao Conselho de Estado sobre a possibilidade de eleger um candidato "que não esteja presente na Câmara".

Isso também permitiria ao governo impugnar eventualmente ante o Constitucional uma posse virtual, caso aconteça.

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