Mundo

Governo húngaro culpa oposição por impedir candidatura olímpica

Segundo o ministro de Governo, questão "não se trata das Olimpíadas, mas do ódio a Orbán e ao governo"

Viktor Orbán: o movimento popular Momentum coletou mais de 260 mil assinaturas para reivindicar um referendo sobre o projeto (Akos Stiller/Bloomberg/Bloomberg)

Viktor Orbán: o movimento popular Momentum coletou mais de 260 mil assinaturas para reivindicar um referendo sobre o projeto (Akos Stiller/Bloomberg/Bloomberg)

E

EFE

Publicado em 23 de fevereiro de 2017 às 13h58.

Budapeste - O governo húngaro acusou nesta quinta-feira a oposição de ter politizado a candidatura de Budapeste aos Jogos Olímpico de 2024 e de ter rejeitado esse projeto por "ódio" ao primeiro-ministro, o conservador Viktor Orbán.

"Já não se trata das Olimpíadas, mas do ódio a Orbán e ao governo", denunciou em declarações à imprensa o ministro de Governo, János Lázár.

O governo, a Prefeitura de Budapeste e o Comitê Olímpico Húngaro concordaram ontem em retirar a candidatura da cidade, após o movimento popular Momentum coletar mais de 260 mil assinaturas para reivindicar um referendo sobre o projeto.

"Já não há unidade nem consenso nacional a respeito", explicou Lázár, que criticou o principal partido da oposição, o social-democrata Mszp, por retirar seu apoio à candidatura após inicialmente respaldá-la.

O líder do grupo parlamentar do partido do partido Fidesz, Lajos Kósa, reconheceu que o governo sairia derrotado caso fosse realizado um referendo.

Segundo uma pesquisa publicada nesta quinta-feira pelo jornal "Magyar Nemzet", 59,3% dos húngaros rejeitam a organização dos Jogos Olímpicos em Budapeste.

Por isso, tanto a oposição quanto o Momentum acusam o governo de trair os eleitores que queriam que essa consulta fosse realizada.

"O poder não está interessado nas discussões", afirmou András Fekete-Györ, um dos líderes do Momentum, cujo objetivo era debater o assunto publicamente.

O movimento argumentou que a realização das Olimpíadas causaria perdas econômicas e que há outras prioridades em matéria de educação e saúde.

Além disso, afirma que o projeto olímpico era uma mostra do caráter autoritário do governo de Orbán.

"Estamos contentes porque o país demonstrou que é capaz de conduzir seu próprio destino. Foi possível fazer Orbán voltar atrás. Mas estamos tristes porque não foi o povo quem tomou a decisão. Privar o povo desta possibilidade foi uma covardia", afirmou Fekete-Györ.

O Momentum anunciou sua intenção de formar um partido político para concorrer às eleições gerais de 2018.

Por sua vez, várias legendas de esquerda pediram ao governo que explique os 113 milhões de euros gastos até agora no projeto olímpico.

A Prefeitura de Budapeste ainda tem que retirar oficialmente sua candidatura, algo deve ocorrer na semana que vem.

Acompanhe tudo sobre:HungriaOlimpíadasPolítica

Mais de Mundo

Hospedado em Copacabana, príncipe saudita preza por descrição e evita contatos; saiba quem é

Israel prossegue com bombardeios no Líbano e em Gaza

Em Buenos Aires, Macron presta homenagem a vítimas da ditadura argentina

Ucrânia denuncia ataque russo em larga escala contra sistema de energia