Mundo

Governo francês restabelece diálogo para discutir reforma

A ministra do Trabalho afirmou em entrevista à imprensa que vai analisar "atentamente" as propostas apresentadas pelo líder sindical


	Protestos: a ministra ressaltou que "restabelecer o diálogo" com a CGT era "fundamental" para ela
 (Philippe Wojazer / Reuters)

Protestos: a ministra ressaltou que "restabelecer o diálogo" com a CGT era "fundamental" para ela (Philippe Wojazer / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2016 às 08h52.

Paris - A ministra do Trabalho da França, Myriam El Khomri, restabeleceu nesta sexta-feira o diálogo direto com o líder dos protestos contra a reforma trabalhista, o secretário-geral da Confederação Geral do Trabalho (CGT), Philippe Martínez, com quem constatou "diferenças essenciais".

Myriam, que recebeu Martínez durante mais de uma hora em seu ministério, afirmou em entrevista à imprensa que vai analisar "atentamente" as propostas apresentadas pelo líder sindical, mas descartou mudanças no aspecto mais questionado de seu projeto de lei, a primazia dos acordos com as empresas sobre os convênios coletivos.

Ao ser perguntada se o texto que está sendo discutido está semana no Senado poderia mudar, Myriam respondeu que "sim, para enriquecê-lo, mas sem desnaturalizar" o seu aspecto central, "e em particular a primazia dos acordos com as empresas".

De qualquer maneira, a ministra ressaltou que "restabelecer o diálogo" com a CGT era "fundamental" para ela.

Martínez, por sua vez, explicou que "desacordos essenciais" ficaram claros em seu encontro com a titular do Ministério do Trabalho, que "não são novos" e prestou contas sobre as propostas apresentadas à ministra, que segundo ele "são precisas".

Concretamente, o líder da CGT disse que tinha pedido a Myriam que retirasse o texto "para reescrevê-lo" e que o ponto central de suas exigências é "respeitar a hierarquia das normas" para que as regras dos convênios coletivos não possam ser derrubadas por outros acordos assinados pelos sindicatos nas empresas.

A reunião de hoje aconteceu após um novo pico de tensão na terça-feira passada, quando os sindicatos que se opõem à reforma trabalhista organizaram uma jornada de manifestações, que, além disso, esteve marcada por distúrbios causados por grupos violentos na marcha de Paris.

Sobre as acusações do governo à CGT, por esta não ter controlado a violência no protesto, e a ameaça de proibir futuras manifestações, Martínez insistiu em desvincular os sindicatos dos distúrbios e afirmou que a manutenção da ordem é responsabilidade da polícia.

"Os violentos estão aí para que o movimento social seja desacreditado", argumentou.

Os contrários à reforma trabalhista decidiram organizar novas jornadas de protesto nos dias 23 e 28 de junho.

Acompanhe tudo sobre:EuropaFrançaLegislaçãoLeis trabalhistasPaíses ricosProtestosProtestos no mundoreformas

Mais de Mundo

Justiça da Bolívia retira Evo Morales da chefia do partido governista após quase 3 décadas

Aerolineas Argentinas fecha acordo com sindicatos após meses de conflito

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA