Carro após atentado no Paquistão: primeira reunião tinha sido anunciada para terça-feira, mas o encontro fracassou (Reuters)
Da Redação
Publicado em 6 de fevereiro de 2014 às 08h08.
Islamabad - Os emissários do governo e do principal grupo taleban do Paquistão, o TTP, reuniram-se nesta quinta-feira em Islamabad para um primeiro contato entre as partes, no qual a insurgência irá apresentar suas exigências, informou a imprensa local.
Um dos membros do trio negociador taleban, o clérigo Abdul Aziz, declarou hoje que a organização irá para a reunião com uma lista de exigências do Tehrik-e-Taleban Pakistan (TTP), após o encontro ser suspenso na terça-feira por dúvidas sobre o papel da delegação insurgente.
O porta-voz da equipe governamental, Irfan Sidiqui, mostrou-se em entrevista coletiva disposto a estudar os pedidos da outra parte.
A primeira reunião tinha sido anunciada para terça-feira, mas o encontro fracassou no último momento pelas reservas governamentais em relação ao pouco número de emissários do TTP e a sua real conexão com o comando insurgente.
Um dos membros da questionada equipe negociadora taleban, Samiul Haq, disse pouco depois que o grupo "tem a plena confiança" do TTP e um porta-voz da insurgência afirmou que não se pensa em mudar a delegação.
O trio de emissários do TTP é integrado por Abdul Aziz, Saiul Haq e Ibrahim Khan, que pertence ao partido religioso Jamaat-e-Islami.
O comitê governamental é composto por Sidiqui, o ex-membro do aparelho de inteligência Mohammed Amir, o ex-diplomata próximo à oposição Rustam Sha e o jornalista Rahimula Yusufzai.
O anúncio de uma nova tentativa do governo para dialogar com o TTP, iniciativa que já teve vários precedentes mas sem nenhum resultado tangível, foi bem recebida pela oposição, mas é visto com ceticismo por analistas locais.
A atividade terrorista no Paquistão aumentou muito significativamente no último ano e rompeu a tendência de baixa iniciada em 2010.
Segundo um recente relatório, no ano passado houve no país asiático mais de 1.700 atentados terroristas -61% deles perpetrados pelo TTP e seus aliados-, nos quais morreram cerca de 2.500 pessoas, 19% a mais do que em 2012.