A Comissão Europeia pressiona o governo de José Sócrates por um ajuste fiscal (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 30 de outubro de 2010 às 09h18.
LISBOA - O governo de minoria socialista de Portugal e a oposição social-democrata (PSD) chegaram a um acordo sobre o orçamento de 2011 neste sábado, amenizando a crise política de um dos membros financeiramente mais fracos da zona do euro.
O acordo, confirmado pelo Ministério da Fazenda, vem depois de uma longa disputa entre o governo e o PSD, que ameaçou arruinar o orçamento e mergulhar o país numa paralisia.
"O acordo será assinado hoje no parlamento", disse um porta-voz do ministério das Finanças.
Bruxelas, investidores e grandes bancos em Portugal aumentaram a pressão sobre ambos os lados para chegar a um acordo. Não fazê-lo poderia ter forçado o governo a buscar um resgate financeiro de seus parceiros europeus, como a Grécia fez no início deste ano.
Temores aumentaram após as conversações entre o governo e o PSD fracassarem na quarta-feira. Mas na sexta-feira o primeiro-ministro José Sócrates e o líder do PSD Pedro Passos Coelho disse que estavam abertos a novas negociações, sugerindo que um acordo era possível.
Como o governo não tem maioria, precisou do apoio da oposição para aprovar as medidas.
O PSD tem insistido em mais cortes de gastos e aumentos menores nos impostos para reduzir o déficit orçamentário, afirmando que o estado Português está inchado e que precisa de reformas profundas.
O primeiro-ministro havia prometido reduzir o déficit para 4,6 por cento do PIB no próximo ano, de 7,3 por cento este ano, e precisa do PSD para votar o orçamento ou abster-se de modo a passá-lo. A primeira votação no Parlamento está agendada para quarta-feira.
(Reportagem de Axel Bugge)