O primeiro-ministro britânico David Cameron: Cameron deve expor em discurso o plano para renegociar a relação do Reino Unido com a União Europeia. (Ben Stansall/AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de janeiro de 2013 às 12h15.
Londres - Integrantes da coalizão governamental e membros da oposição trabalhista aumentaram nesta quinta-feira a pressão sobre o primeiro-ministro britânico David Cameron e o advertiram para o risco de levar o país na direção da "porta de saída" de União Europeia.
Cameron está sendo pressionado pela ala mais eurocética de seu Partido Conservador, às vésperas de proferir seu discurso em Amsterdã.
O primeiro-ministro deve expor em seu discurso o plano para renegociar a relação do Reino Unido com a União Europeia e posteriormente submeter esta reforma a um referendo.
A proposta não suscita unanimidade no Parlamento e nem sequer dentro de seu governo, onde o número dois, o liberal democrata Nick Clegg, se distanciou claramente do primeiro-ministro, acusando-o de não estar servindo aos interesses do país.
"Não acredito que esteja servindo ao interesse nacional britânico e que esteja protegendo os três milhões de empregos que dependem da Europa, já que sugere de alguma forma que estamos indo para a porta de saída", disse Clegg à rádio LBC.
Clegg acrescentou ainda que "anos de suposições e incertezas não é algo bom para a frágil economia britânica", apesar de ter admitido que a União Europeia "podia melhorar".
Por sua vez, o líder da oposição, Ed Miliband, advertiu para os perigos para a economia do país e disse que Cameron estava levando a Inglaterra para o "abismo econômico", uma vez que o bloco dos 27 países é o principal sócio econômico do Reino Unido.
"Temo que a estratégia do primeiro-ministro nos conduza em direção à saída, o que causará danos reais a nossa economia", acrescentou Miliband, em entrevista à Rádio 4 da BBC, num momento em que muitos analistas antecipam que o Produto Interno Bruto (PIB) britânico voltará a contrair-se no último trimestre de 2012.