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Governo e Farc prorrogam prazo para entrega de armas

Também será estendida por dois meses a vigência das áreas onde estão reunidos seus membros, segundo anunciou o presidente Juan Manuel Santos

Farc: "Não é nada para terminar bem 53 anos de enfrentamento e violência fratricida" (Jaime Saldarriaga/Reuters)

Farc: "Não é nada para terminar bem 53 anos de enfrentamento e violência fratricida" (Jaime Saldarriaga/Reuters)

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EFE

Publicado em 29 de maio de 2017 às 21h25.

Última atualização em 29 de maio de 2017 às 22h16.

Bogotá - O governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) decidiram nesta segunda-feira prorrogar por 20 dias o prazo para a entrega das armas dessa guerrilha, que concluía nesta semana, e estender por dois meses a vigência das áreas onde estão reunidos seus membros, segundo anunciou o presidente Juan Manuel Santos.

"Serão 20 dias adicionais para o desarmamento e 60 para as reincorporações. Não é nada para terminar bem 53 anos de enfrentamento e violência fratricida", afirmou o chefe de Estado em um discurso ao país.

O período de 180 dias para a implementação da paz começou a contar no último dia 1º de dezembro, um dia após a ratificação pelo Congresso colombiano do acordo assinado em 24 de novembro em Bogotá, mas problemas de diversos tipos acabaram atrasando esse processo e levaram as Farc a pedir uma ampliação do prazo de pelo menos dois meses.

Santos disse hoje que nestes últimos seis meses se avançou "no desarmamento completo e definitivo das Farc" e que, apesar dos atrasos sofridos principalmente por problemas logísticos na construção das zonas de vereda transitórias de normalização (ZVTN) onde estão reunidos 6.934 guerrilheiros, esse processo foi "ordenado" e "seguro".

"No entanto, devido aos atrasos acumulados por conta dos problemas que já mencionei, de comum acordo com as Nações Unidas e as Farc, decidimos que a entrega das armas se terminará não amanhã como estava previsto, senão dentro de 20 dias", acrescentou.

Pelas mesmas razões, as partes decidiram prolongar a vigência das ZVTN "por dois meses mais, até 1º de agosto deste ano".

"Este tempo adicional nos permitirá pôr em marcha devidamente o processo de reincorporação à vida civil e sem armas dos ex-membros das Farc", explicou.

O governante colombiano salientou que "esta mudança na data não afeta de modo algum a firme decisão e o claro compromisso do governo e das Farc para cumprir com o acordo".

"O Mecanismo de Monitoramento e Verificação (MM&V) seguirá exercendo o seu papel até certificar que a última arma das Farc foi entregue e retirada do território nacional", completou.

O MM&V é um mecanismo tripartido integrado por membros das Nações Unidas, da polícia colombiana e das Farc que está presente nas 26 zonas rurais onde estão reunidos os guerrilheiros e supervisiona o cumprimento do cessar-fogo bilateral e definitivo.

Nesse sentindo, Santos também disse hoje que o cessar-fogo "funcionou", pois desde o seu início, há seis meses, "não houve um só enfrentamento entre as nossas forças e integrantes das Farc. Nem um ferido, nem um morto. Mais importante ainda, não houve nem um só incidente ou ataque contra a população civil".

"Cumpridos estes primeiros seis meses desde a assinatura do acordo, podemos dizer sem sombra de dúvidas que a paz é irreversível. Não vamos voltar atrás. Por nenhum motivo vamos voltar às épocas terríveis da violência, do medo, dos assassinatos e dos massacres. A Colômbia está deixando para trás essa história de sangue e dor para sempre", sentenciou.

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