Donald Trump, presidente dos EUA (Jim Young/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 22 de dezembro de 2018 às 09h46.
Washington - Começou neste sábado uma paralisação parcial do governo dos Estados Unidos, após os democratas se recusarem a atender às exigências do presidente Donald Trump de alocar US$ 5 bilhões no orçamento para erguer o famigerado muro na fronteira com o México.
O vice-presidente Mike Pence, o conselheiro e genro de Trump, Jared Kushner, e o diretor do Conselho de Orçamento da Casa Branca, Mick Mulvaney, deixaram o Capitólio no fim da sexta-feira após horas de negociações improdutivas com líderes do Congresso.
Ontem, Mulvaney enviou um memorando aos chefes das agências estatais dizendo que "executem planos para uma paralisação ordenada". Ele escreveu que os membros do governo estavam "esperançosos de que esse lapso tenha curta duração".
Com expectativas de que as negociações continuem, Câmara e Senado marcaram sessões para este sábado. Os deputados foram avisados de que receberiam um aviso 24 horas antes de uma votação.
A paralisação bloqueia recursos para nove dos 15 departamentos de nível de gabinete e dezenas de agências, incluindo os departamentos de Segurança Nacional, Transporte, Interior, Agricultura, Estado e Justiça.
A falta de fundos vai atrapalhar muitas operações do governo e também a rotina de 800 mil funcionários federais. Cerca de 420 mil trabalhadores foram considerados essenciais e trabalharão sem salário dias antes do Natal, enquanto outros 380 mil serão afastados, ou seja, ficarão em casa sem receber. Entre os afastados, estão inclusos quase todos os trabalhadores da Nasa.
Algumas agências, incluindo o Pentágono e os departamentos de Assuntos de veteranos e Saúde, já estão financiadas para o ano inteiro em acordos feitos no decorrer do ano e vão operar normalmente.
Essa é a terceira paralisação do governo americano em 2018. A primeira delas aconteceu em janeiro, provocada pela insistência dos democratas de que as medidas orçamentárias viessem com proteções para jovens imigrantes conhecidos como "dreamers". Em fevereiro, houve uma lacuna de financiamento que durou apenas 9 horas e não provocou afastamento de funcionários ou paralisação do governo, efetivamente. Fonte: Associated Press.