Um grupo de investigadores do governo dos Estados Unidos e representantes da Boeing chegaram ao Aeroporto Internacional de Muan, na Coreia do Sul, para colaborar nas investigações sobre o acidente que matou 179 pessoas no último domingo (sábado no Brasil).
Segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap, a equipe inclui dois especialistas do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos Estados Unidos (NTSB) e dois membros da Boeing, que atuam junto às autoridades locais do Conselho de Investigação de Acidentes de Aviação e Ferrovias (Araib).
Os especialistas americanos chegaram ao país asiático nesta segunda-feira, pelo Aeroporto Internacional de Incheon, e viajaram para Muan, a 290 km de Seul, para preparar a investigação.
Segundo normas internacionais da Organização Civil Internacional, o país onde o acidente aconteceu é quem deve liderar a apuração. Partes interessadas, como a fabricante da aeronave e outros países com vítimas, também podem participar. O governo tailandês, que perdeu dois cidadãos no acidente, teria optado por não se envolver nas investigações.
A apuração dos especialistas inclui analisar os destroços em busca de pistas sobres a causa do acidente. Depois, serão analisadas as evidências, incluindo as caixas-pretas da aeronave. O gravador de dados do voo sofreu danos externos, segundo a Yonhap, mas o gravador da cabine estaria em boas condições.
O grupo decidirá, ainda, se tentará reparar e analisar a caixa-preta no local ou se o dispostivo deve ser enviado aos EUA para uma investigação mais detalhada.
Com apenas dois sobreviventes das 181 pessoas a bordo, esse é o acidente aéreo mais mortal da História do país, que tem altos níveis de segurança na aviação. A maioria das vítimas estava voltando do Natal. O governo decretou um período de luto nacional pelos próximos sete dias.
Agências de viagens locais também relataram um pico de cancelamentos de pacotes turísticos após a tragédia. Muitas delas suspenderam seus anúncios e campanhas promocionais na TV e on-line.
— Tivemos cerca de 40 consultas sobre cancelamentos de viagens somente no domingo. Vimos cerca do dobro da quantidade usual de cancelamentos e uma redução de 50% nas reservas — disse um agente de viagens citado pela Yonhap.
O voo 2216 da Jeju Air, procedente de Bangcoc e com 181 pessoas a bordo, explodiu ao aterrissar de emergência no aeroporto de Muan, a cerca de 290 quilômetros ao sul da capital Seul, às 9h03 deste domingo (21h03 de sábado em Brasília), de acordo com o Ministério de Território, Infraestrutura e Transporte.
Inicialmente, a queda foi atribuída a uma colisão com pássaros, já que, após ser alertado pelo aeroporto sobre um choque potencial com aves, a tripulação emitiu um pedido de socorro e arremeteu da primeira tentativa de pouso. Com permissão da torre de controle, fez um pouso de emergência na direção oposta, chocando-se com um muro de concreto. De acordo com Ju Jong-wan, um diretor de política de aviação do Ministério de Território, Infraestrutura e Transporte, aeronaves tinham permissão para pousar em ambas as direções do aeroporto.
Um vídeo transmitido pela emissora sul-coreana MBC mostra o avião pousando com fumaça saindo dos motores, aparentemente sem o trem de pouso. O avião derrapa na pista e explode ao se chocar com o muro.
Um passageiro avisou sua família por mensagem de texto que um pássaro colidiu com a aeronave, segundo a agência de notícias local News1. "Um pássaro ficou preso na asa, e não conseguimos pousar", dizia a vítima na mensagem.
A Yonhap informou que testemunhas relataram ter visto o motor da aeronave pegando fogo e ouviram várias explosões antes do pouso.
Quantas pessoas estavam no avião?
Havia 175 passageiros, incluindo dois tailandeses, e seis membros da tripulação. Das 181 pessoas a bordo, há dois sobreviventes e 179 mortos. De acordo com o site especializado Flightradar, o avião, um Boeing 737-800, havia entrado em serviço em 2009.
Qual é a causa do acidente?
A causa exata do acidente só será anunciada após uma investigação conjunta. Ambas as caixas-pretas — o gravador de dados de voo e o gravador de voz da cabine de comando — do voo foram encontradas, disse Ju Jong-wan, diretor de política de aviação do Ministério de Território, Infraestrutura e Transporte.
— Com relação às caixas-pretas, tanto o gravador de voz da cabine de comando quanto o gravador de dados de voo já foram recuperados — afirmou durante uma entrevista coletiva.
A colisão com pássaros pode causar grandes danos ao motor ou ao para-brisa e é a causa de muitos acidentes aéreos. Na maioria dos casos, esse tipo de colisão ocorre durante a decolagem ou o pouso, quando os motores estão a todo vapor.
Um dos casos mais famosos ocorreu em 2009, quando o piloto de um Airbus A320 da US Airways, com 155 ocupantes, conseguiu pousar no Rio Hudson, em Nova York, após uma colisão desse tipo.
O Aeroporto Internacional de Muan registra a maior taxa de colisões com aves na Coreia do Sul, segundo o jornal Guardian. De 2019 até agosto deste ano, foram relatados 10 incidentes envolvendo pássaros no local. A localização do aeroporto, próxima a campos e áreas costeiras, favorece a presença de aves.
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Um homem observa o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, falar durante uma transmissão de notícias em uma televisão em uma estação de trem em Seul em 3 de dezembro de 2024, depois que ele declarou lei marcial de emergência, dizendo que a medida era necessária para proteger o país de "forças comunistas" em meio a disputas parlamentares sobre um projeto de lei orçamentária. "Para salvaguardar uma Coreia do Sul liberal das ameaças representadas pelas forças comunistas da Coreia do Norte e eliminar elementos anti-estado... Eu declaro lei marcial de emergência", disse Yoon em um discurso televisionado ao vivo para a nação
(Um homem observa o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, falar durante uma transmissão de notícias em uma televisão em uma estação de trem em Seul em 3 de dezembro de 2024, depois que ele declarou lei marcial de emergência, dizendo que a medida era necessária para proteger o país de "forças comunistas" em meio a disputas parlamentares sobre um projeto de lei orçamentária. "Para salvaguardar uma Coreia do Sul liberal das ameaças representadas pelas forças comunistas da Coreia do Norte e eliminar elementos anti-estado... Eu declaro lei marcial de emergência", disse Yoon em um discurso televisionado ao vivo para a nação)
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Pessoas se reúnem em frente ao portão principal da Assembleia Nacional em Seul, Coreia do Sul, em 4 de dezembro de 2024, depois que o presidente Yoon Suk Yeol declarou lei marcial de emergência. O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial de emergência em 3 de dezembro, dizendo que a medida era necessária para proteger o país de "forças comunistas" em meio a disputas parlamentares sobre um projeto de lei orçamentária
(Pessoas se reúnem em frente ao portão principal da Assembleia Nacional em Seul, Coreia do Sul, em 4 de dezembro de 2024, depois que o presidente Yoon Suk Yeol declarou lei marcial de emergência. O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial de emergência em 3 de dezembro, dizendo que a medida era necessária para proteger o país de "forças comunistas" em meio a disputas parlamentares sobre um projeto de lei orçamentária)
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Han Dong-hoon (C), chefe do Partido do Poder Popular no poder, é entrevistado a caminho da Assembleia Nacional em Seul em 3 de dezembro de 2024, depois que o presidente Yoon Suk Yeol declarou lei marcial de emergência. O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial de emergência em 3 de dezembro, dizendo que a medida era necessária para proteger o país das "forças comunistas" em meio a disputas parlamentares sobre um projeto de lei orçamentária
(Han Dong-hoon (C), chefe do Partido do Poder Popular no poder, é entrevistado a caminho da Assembleia Nacional em Seul em 3 de dezembro de 2024, depois que o presidente Yoon Suk Yeol declarou lei marcial de emergência. O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial de emergência em 3 de dezembro, dizendo que a medida era necessária para proteger o país das "forças comunistas" em meio a disputas parlamentares sobre um projeto de lei orçamentária)
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Legisladores do principal partido de oposição, o Partido Democrata, correm para a Assembleia Nacional em Seul, Coreia do Sul, em 3 de dezembro de 2024, depois que o presidente Yoon Suk Yeol declarou lei marcial de emergência. O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial de emergência em 3 de dezembro, dizendo que a medida era necessária para proteger o país de "forças comunistas" em meio a disputas parlamentares sobre um projeto de lei orçamentária
(Legisladores do principal partido de oposição, o Partido Democrata, correm para a Assembleia Nacional em Seul, Coreia do Sul, em 3 de dezembro de 2024, depois que o presidente Yoon Suk Yeol declarou lei marcial de emergência. O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial de emergência em 3 de dezembro, dizendo que a medida era necessária para proteger o país de "forças comunistas" em meio a disputas parlamentares sobre um projeto de lei orçamentária)
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Pessoas se reúnem em frente ao portão principal da Assembleia Nacional em Seul, Coreia do Sul, em 4 de dezembro de 2024, depois que o presidente Yoon Suk Yeol declarou lei marcial de emergência. O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial de emergência em 3 de dezembro, dizendo que a medida era necessária para proteger o país de "forças comunistas" em meio a disputas parlamentares sobre um projeto de lei orçamentária
(Pessoas se reúnem em frente ao portão principal da Assembleia Nacional em Seul, Coreia do Sul, em 4 de dezembro de 2024, depois que o presidente Yoon Suk Yeol declarou lei marcial de emergência. O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial de emergência em 3 de dezembro, dizendo que a medida era necessária para proteger o país de "forças comunistas" em meio a disputas parlamentares sobre um projeto de lei orçamentária)
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A polícia tenta conter pessoas que tentam entrar na Assembleia Nacional em frente ao portão principal da Assembleia Nacional em Seul, Coreia do Sul, em 3 de dezembro de 2024, depois que o presidente Yoon Suk Yeol declarou lei marcial de emergência. O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial de emergência em 3 de dezembro, dizendo que a medida era necessária para proteger o país de "forças comunistas" em meio a disputas parlamentares sobre um projeto de lei orçamentária
(A polícia tenta conter pessoas que tentam entrar na Assembleia Nacional em frente ao portão principal da Assembleia Nacional em Seul, Coreia do Sul, em 3 de dezembro de 2024, depois que o presidente Yoon Suk Yeol declarou lei marcial de emergência. O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial de emergência em 3 de dezembro, dizendo que a medida era necessária para proteger o país de "forças comunistas" em meio a disputas parlamentares sobre um projeto de lei orçamentária)
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A polícia monta guarda em frente ao portão principal da Assembleia Nacional em Seul em 3 de dezembro de 2024, depois que o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial de emergência. O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial de emergência em 3 de dezembro, dizendo que a medida era necessária para proteger o país de "forças comunistas" em meio a disputas parlamentares sobre um projeto de lei orçamentária
(A polícia monta guarda em frente ao portão principal da Assembleia Nacional em Seul em 3 de dezembro de 2024, depois que o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial de emergência. O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial de emergência em 3 de dezembro, dizendo que a medida era necessária para proteger o país de "forças comunistas" em meio a disputas parlamentares sobre um projeto de lei orçamentária)
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A polícia monta guarda em frente ao portão principal da Assembleia Nacional em Seul, Coreia do Sul, em 3 de dezembro de 2024, depois que o presidente Yoon Suk Yeol declarou lei marcial de emergência. O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial de emergência em 3 de dezembro, dizendo que a medida era necessária para proteger o país das "forças comunistas" em meio a disputas parlamentares sobre um projeto de lei orçamentária
(A polícia monta guarda em frente ao portão principal da Assembleia Nacional em Seul, Coreia do Sul, em 3 de dezembro de 2024, depois que o presidente Yoon Suk Yeol declarou lei marcial de emergência. O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial de emergência em 3 de dezembro, dizendo que a medida era necessária para proteger o país das "forças comunistas" em meio a disputas parlamentares sobre um projeto de lei orçamentária)