O presidente iraniano, Hassan Rohani (Sergei Karpukhin/Reuters)
EFE
Publicado em 17 de novembro de 2019 às 17h45.
Teerã - O presidente do Irã, Hassan Rohani, garantiu neste domingo que não permitirá que o caos tome conta do país, diante dos protestos que acontecem contra o aumento do preço dos combustíveis, que já deixaram vários mortos, milhares de detidos e muita destruição nas ruas de Teerã.
"De nenhuma maneira permitiremos que alguém crie distúrbios ou insegurança", disse o chefe de governo, que garantiu que o direito às manifestações é diferente de "anarquia".
O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, foi outro que se manifestou sobre a situação e convocou a população a não participar dos protestos, que, segundo ele, são feitos por "bandidos" e não pelas pessoas comuns do país.
"Ninguém deveria ajudar esses rebeldes. Nenhuma pessoa sábia e decente deveria apoiá-los", disse o aiatolá.
A gasolina no país passou de 10 mil riales (R$ 0,99) o livro, para 15 mil riales (R$ 1,49), nos primeiros 60 litros mensais. Depois disso, o preço passa a ser de 30 mil riales (R$ 2,98).
O objetivo do reajuste, segundo Rohani, é destinar o dinheiro arrecadado aos setores mais desfavorecidos da economia, sem que fosse necessário aumentar os impostos.
As províncias de Teerã, Fars, Kerman e Khuzestan são as que tiveram maiores danos durante protestos contra propriedades públicas, segundo a agência de notícias semioficial "Mehr".
Uma centena de agências bancárias e mais de 50 grandes lojas foram incendiadas desde a noite de sexta-feira, e, além disso, diversas rodovias importantes do país foram bloqueadas por manifestantes, que fizeram barricadas queimando pneus.
As forças de segurança e as autoridades do Irã não divulgaram o número de mortos nos protestos, mas há confirmação de que existem numerosas vítimas, de acordo com o próprio líder supremo.
O Ministério de Inteligência divulgou que já identificou os principais responsáveis pelos distúrbios e conflitos provocados no país, em investigação e atuará para restaurar a ordem.
Ali Khamenei acusou os descendentes e seguidores do último xá do Irã, Mohammad Reza Pahlavi, que foi destituído em 1979, na Revolução Islâmica; e também uma organização opositora que tem sede na França, considerada terrorista pelo governo do país árabe.