Izabella Teixeira: “O texto é cheio de detalhes e quem está criticando seu conteúdo, certamente, ainda não se dedicou a fazer uma leitura profunda” (Reuters)
Da Redação
Publicado em 21 de junho de 2012 às 16h36.
Rio de Janeiro - Em coletiva de imprensa concedida nesta quarta-feira (20), no RioCentro, Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente, e o embaixador Luiz Alberto Figueiredo negaram que a atuação do Brasil na Rio+20 tenha sido criticada no cenário internacional e se eximiram da responsabilidade de produzir um documento pouco ambicioso para a Conferência.
“O nível de ambição do texto é uma responsabilidade coletiva e não de um país ou de um grupo de países. Quanto à atuação brasileira, o país fez a negociação mais democrática da última década. Restauramos a plenitude do multilateralismo, da transparência, da inclusão e da democracia nas negociações e fomos muito elogiados por isso na plenária de apresentação do documento final”, disse Figueiredo, que foi categórico ao afirmar que o texto da Rio+20 já está definido e não sofrerá mais alterações.
Questionado a respeito do discurso de Ban Ki-Moon, secretário-geral da ONU, que declarou estar insatisfeito com o conteúdo do documento e afirmou acreditar que os chefes de Estado poderão mudar a situação, Figueiredo foi firme: “Ele deu a resposta que tinha que dar. O papel dele é fazer parecer que qualquer coisa que os chefes de Estado quiserem será feita. Mas o entendimento político que há aqui, na Rio+20, é o de que o texto já está concluído”.
Para Izabella Teixeira, o documento é satisfatório e se engana quem não acredita no sucesso da Conferência. “No dia seguinte à Rio92, as manchetes de todos os jornais diziam que a Conferência havia fracassado. O episódio se repete agora, mas a Rio+20 não fracassou. Ela sinaliza para novos caminhos na agenda de desenvolvimento sustentável, mantém todo o legado da Rio92 e ainda vai além”, afirmou a ministra.
Entre as novas conquistas do documento, ela citou:
- o acordo para a criação dos Objetivos de Desenvolvimentos Sustentável (ODSs) para as nações desenvolvidas e emergentes;
- a decisão de aperfeiçoar a mensuração da riqueza, adotando critérios sustentáveis;
- a adoção de um plano de 10 anos para produção e consumo sustentável e
- a definição de um novo tratado, no âmbito da convenção do mar, para lidar com a biodiversidade marinha em águas internacionais.
“O texto é cheio de detalhes e quem está criticando seu conteúdo, certamente, ainda não se dedicou a fazer uma leitura profunda”, finalizou Izabella Teixeira.