O norte de Mali está fora do controle da Bamaco desde que em 22 de março um golpe de estado derrubou o governo do então presidente Amani Toumani Toure (Kambou Sia/AFP)
Da Redação
Publicado em 9 de agosto de 2012 às 21h19.
Argel - O governo de Mali afirmou nesta quinta-feira que será ''inevitável'' uma intervenção militar no norte do país'' devido aos abusos que cometem os grupos radicais islâmicos que tomaram o controle dessa região.
''Enquanto os esforços para achar uma solução negociada se multiplicam, as práticas dos terroristas e dos narcotraficantes, cobertas sob um falso véu religioso, fazem com que a opção militar seja inevitável'', explicou o Ministério de Comunicação malinês por meio de um comunicado.
A iniciativa tem como objetivo a reconquista da parte norte do país, acrescentou a nota, que acrescentou que nesta quarta-feira os grupos islamitas cortaram a mão de uma pessoa acusada de roubo na cidade de Asongo, numa aplicação estrita da Sharia (lei islâmica).
''Os extremistas que ocupam o norte de Mali, ao cortar a mão de um habitante de Asongo, somam um novo ato ignóbil à sua lista de abusos e humilhações à população'', disse a nota.
O norte de Mali está fora do controle da Bamaco desde que em 22 de março um golpe de estado derrubou o governo do então presidente Amani Toumani Toure.
Dias depois, grupos rebeldes tuaregs anunciaram a criação de um Estado islâmico na região de Azawed, embora as principais cidades da zona tenham sido tomadas pelos islamitas do Amcar al-Din e do Movimento Monoteísta e pela Jihad na África Ocidental, que aplicam a lei islâmica.
Entre os castigos que utilizam os extremistas estão a flagelação dos consumidores de álcool e o apedrejamento dos adúlteros.