Aleppo: acredita-se que mais de 250 mil civis continuam retidos no setor opositor de Aleppo (Abdalrhman Ismail / Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de setembro de 2016 às 16h59.
Beirute - Forças do governo da Síria e seus aliados atacaram o setor de Aleppo dominado pela oposição em várias frentes nesta terça-feira, o maior ataque terrestre até o momento de uma nova campanha militar que acabou com um cessar-fogo apoiado pelos Estados Unidos.
Os EUA dizem que o ataque a Aleppo prova que o presidente sírio, Bashar al-Assad, e seus aliados russos e regionais abandonaram um processo de paz internacional para perseguir a vitória no campo de batalha depois de quase seis anos de guerra civil.
Washington, que neste mês acertou com a Rússia o cessar-fogo que desmoronou após uma semana, afirma que Moscou e Damasco são culpados de "barbárie" e crimes de guerra por alvejar civis, agentes de saúde e remessas de ajuda humanitária com seus ataques aéreos.
Acredita-se que mais de 250 mil civis continuam retidos no setor opositor de Aleppo, onde bombardeios intensos realizados ao longo da última semana mataram centenas de pessoas, muitas delas presas sob edifícios destruídos por bombas.
Só cerca de 30 médicos continuam na área, tendo que lidar a cada dia com centenas de feridos que estão sendo tratados no chão de hospitais e com a falta de suprimentos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu "o estabelecimento imediato de rotas humanitárias para retirar os doentes e os feridos" do leste sitiado da cidade.
No ataque desta terça-feira, forças pró-governo, que incluem o Exército sírio e milícias aliadas de Irã, Iraque e Líbano, tentaram atacar a Cidade Velha de Aleppo, próxima de sua cidadela histórica, e os arredores de vários dos principais pontos de acesso da localidade.