Homem agita bandeira da Bulgária: renúncia está prevista para ser aprovada amanhã (Nikolay Doychinov/AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de julho de 2014 às 14h35.
Sófia - O governo da Bulgária apresentou nesta quarta-feira sua renúncia para que um Executivo técnico organize as eleições legislativas antecipadas do próximo dia 5 de outubro, das quais espera-se que saia uma maioria parlamentar que traga estabilidade ao país.
A renúncia do governo, dirigido pelo independente Plamen Oresharski e apoiado em seu pouco mais de um ano de vida no plenário pelo partido socialista e pela minoria turca, estava prevista desde que no final de junho foi marcada a data para o pleito.
Devido à falta de quórum, a renúncia não pôde ser aprovada hoje pelo Parlamento, o que está previsto que aconteça amanhã.
O atual Executivo, muito impopular entre a população búlgara, antecipou em junho que renunciaria após os maus resultados dos socialistas nas eleições europeias de maio, nas quais venceu a oposição conservadora.
O governo enfrentou vários protestos nos últimos 14 meses, nos quais era acusado de aplicar políticas que só beneficiavam à oligarquia econômica e não à população.
Oresharski, que superou cinco moções de censura em pouco mais de um ano, não conseguiu reativar o crescimento econômico no país mais pobre da UE.
À instabilidade política se uniu uma crise bancária depois que as autoridades tiveram que intervir em junho na quarta maior entidade financeira do país, o Corpbank.
Os problemas desse banco, que congelou várias operações de seus clientes, suscitaram o nervosismo entre os poupadores búlgaros, e centenas deles fizeram filas perante algumas entidades por temor a uma quebra bancária.
O próprio Banco Nacional da Bulgária denunciou uma tentativa de desestabilizar o país por meio da divulgação de rumores falsos, e a Comissão Europeia aprovou uma ajuda estatal de 1,686 bilhões de euros para garantir a liquidez das entidades, o que acalmou por enquanto a situação.
O presidente da Bulgária, Rosen Plevneliev, deve dissolver o Parlamento em 6 de agosto e designar nesse mesmo dia um Executivo interino que terá, segundo a Constituição, dois meses para organizar as eleições de outubro.
As últimas enquetes apontam que a oposição conservadora do ex-primeiro-ministro, o populista Boiko Borisov, cujo governo renunciou em fevereiro de 2013 por uma onda de protestos contra os altos preços da energia, será o mais votado no próximo pleito.