Santiago - O Governo chileno se comprometeu hoje a melhorar a fiscalização das empresas para evitar acidentes causados pelo descumprimento das normas de segurança, como ocorreu na mina San José, onde 33 mineradores ficaram presos durante 70 dias.

"Um Governo, para ser honesto, não pode afirmar que nunca mais ocorrerão acidentes. Mas pode se comprometer a que nunca mais um acidente aconteça porque não foram cumpridas as normas de segurança", declarou o ministro do Interior, Rodrigo Hinzpeter.

Na noite de quarta-feira terminou o resgate bem-sucedido dos 33 trabalhadores que em 5 de agosto ficaram presos a 700 metros de profundidade na mina San José, na região do Atacama, onde não havia vias de escape e a chaminé de ventilação não contava com escada, entre outros problemas.

Em declarações à rádio "Cooperativa", Hinzpeter disse que um desafio do Governo de Sebastián Piñera é conseguir com que o Chile se transforme em referência em segurança do trabalho.

"Nosso Governo quer transformar o Chile em referência mundial em segurança e dignidade no trabalho", afirmou o ministro.

Hinzpeter acrescentou que espera que, ao término desta administração, em março de 2014, "seja possível dizer, com orgulho, que o Chile se transformou em um exemplo no mundo de como se cuida dos trabalhadores".

Os donos da mina San José foram processados por algumas famílias dos mineradores soterrados e enfrentam ainda outros julgamentos por conta do descumprimento de normas de segurança, que também atingem à estatal Serviço Nacional de Geologia e Mineração (Sernageomín, na sigla em espanhol), por sua deficiente fiscalização da jazida.

O presidente Sebastián Piñera também ressaltou em mais de uma ocasião que a falta de segurança foi a causa do acidente e prometeu que os responsáveis "não ficarão impunes".

Nesse contexto, o ministro do Interior conclamou hoje as empresas a respeitar as normas e "zelar pela vida dos trabalhadores".

"O empresário que não entende que tem que cumprir as normas, simplesmente não está em condições de operar seu negócio e o Estado deverá fechá-lo", manifestou Hinzpeter.

"Não podemos fazer vista grossa a empresários que acreditam que podem expor a vida de trabalhadores chilenos para obter lucro", acrescentou.

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