Primeira-ministra britânica, Theresa May, e presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker (Olivier Matthys/Getty Images)
EFE
Publicado em 9 de março de 2019 às 11h54.
Londres - O Governo conservador da primeira-ministra britânica, Theresa May, voltou a pedir neste sábado apoio ao seu acordo de "brexit", que será votado na próxima terça-feira, sem que por enquanto tenha obtido as concessões que buscava da União Europeia (UE).
O presidente do Partido Conservador, Brandon Lewis, advertiu aos seus colegas eurocéticos e aos parceiros parlamentares do Partido Democrático Unionista (DUP) norte-irlandês que, se não aprovarem o pacto em 12 de março, pode ser que o Reino Unido "não saia em absoluto" do bloco.
"Os deputados devem tomar na terça-feira uma decisão-chave", afirmou em declarações à "BBC Rádio 4".
"Devemos ganhar esse voto. Se não conseguirmos na terça-feira, ninguém sabe onde acabaremos", avisou.
Por sua vez, o ministro para o "brexit", Stephen Barclay, acusou ontem a UE de "repetir debates" antigos depois que o negociador-chefe comunitário, Michel Barnier, revelou no Twitter sua posição nas últimas negociações com o Reino Unido.
"O Reino Unido colocou novas propostas claras. Devemos nos colocar de acordo em uma solução equilibrada que funcione para ambos os lados", rebateu Barclay na sua conta na mesma rede social.
Em linha com o expressado há meses, Barnier explicou que a UE ofereceu ao Reino Unido a opção de sair de forma unilateral da união aduaneira contemplada na polêmica salvaguarda para evitar uma fronteira física na ilha da Irlanda após o "brexit", principal empecilho para a aprovação do tratado.
No entanto, a província britânica da Irlanda do Norte manteria equivalência de legislação com a República da Irlanda, a fim de manter a fronteira aberta e preservar o mercado único - algo ao qual se opõem categoricamente os "tories" eurocéticos e o DUP norte-irlandês.
A salvaguarda só entraria em vigor se este país e a UE não estabelecerem uma nova relação comercial quando terminar o período de transição prorrogável, em dezembro de 2020, e durante o qual seguirá sendo aplicada a legislação comunitária no território britânico.
Segundo lembrou Barnier, Bruxelas também oferece a Londres fazer uma declaração legalmente vinculativa que esclareça que a salvaguarda é uma opção de último recurso que todas as partes tratarão que não seja aplicada.
Neste contexto, a não ser que haja destacadas concessões nas próximas horas, é considerado improvável que o tratado governamental seja aprovado quando votado na próxima terça-feira.
Se o pacto, que já foi rejeitado com contundência em 15 de janeiro, voltar a ser descartado, os deputados votarão em dias sucessivos se desejarem uma saída não negociada e, em caso de resposta negativa, se quiserem atrasar a data do "brexit", previsto para 29 de março. EFE