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Governo britânico afirma que IRA ainda existe

O texto precisa que "membros individuais" desses grupos "mantêm um legado de atividade violenta" e ainda representam "uma ameaça para a segurança nacional"


	Mulher empurra carrinho com bebê em frente a muro pichado com os dizeres "apodreça no inferno, Margaret Thatcher", na Irlanda do Norte
 (REUTERS/Cathal McNaughton)

Mulher empurra carrinho com bebê em frente a muro pichado com os dizeres "apodreça no inferno, Margaret Thatcher", na Irlanda do Norte (REUTERS/Cathal McNaughton)

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Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2015 às 12h50.

Londres - O governo britânico informou nesta terça-feira que o principal órgão de direção do Exército Republicano Irlandês (IRA) continua ativo, embora seu "caráter seja totalmente político", e que continue comprometido com o processo de paz na Irlanda do Norte.

Esta conclusão faz parte de um relatório elaborado por uma comissão criada em setembro pelo executivo britânico para supervisionar a atividade dos grupos paramilitares na província, imersa em uma nova crise institucional após dois assassinatos atribuídos ao supostamente inativo IRA.

O documento, apresentado hoje no parlamento pela ministra britânica para a Irlanda do Norte, Theresa Villiers, indica que todos os grupos paramilitares católicos e protestantes continuam a existir, mas apoiam o processo democrático iniciado com a assinatura do Acordo da Sexta-Feira Santa (1998).

Villiers citou extratos do relatório em que os três membros que formam a comissão afirmam taxativamente que "os líderes das principais organizações paramilitares continuam comprometidos com a via pacífica para alcançar seus objetivos políticos".

O texto precisa que "membros individuais" desses grupos "mantêm um legado de atividade violenta" e ainda representam "uma ameaça para a segurança nacional".

O relatório examinou as estruturas dos grupos paramilitares republicanos IRA e do Exército Irlandês de Libertação Nacional (INLA), e dos unionistas-protestantes Força de Voluntários do Ulster (UVF), Comando pelas Mãos Vermelhas e Associação de Defesa do Ulster (UDA).

As organizações dissidentes do IRA, que se mantêm opostas ao processo de paz e a favor da via das armas para unificar a ilha da Irlanda, ficaram de fora da análise.

Com relação ao IRA, que completou seu desarmamento em 2005, a comissão assinalou que o "Conselho Militar", o principal órgão de decisão - composto por sete membros - continua ativo, apesar da manutenção de estruturas de estilo militar não significar que ainda tenham capacidade para retomar sua atividade armada.

Só alguns de seus membros representam "uma ameaça", mas também estão envolvidos com o crime organizado.

Em uma situação semelhante estão UDA e UVF, grupos que tiveram acesso a algumas armas nos últimos anos, apesar de que, como o IRA, terem entregue seus arsenais em 2009 e em 2010, respectivamente.

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