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Governo argentino diz que Nisman buscava desestabilização

promotor especial da causa Amia morreu em 18 de janeiro com um tiro na cabeça em circunstâncias ainda não esclarecidas


	Denúncia de promotor argumentava que Cristina Kirchner tinha negociado com o Irã o acobertamento de suspeitos pelo atentado em troca de intensificar as relações comerciais entre os dois países
 (Enrique Marcarian/Reuters)

Denúncia de promotor argumentava que Cristina Kirchner tinha negociado com o Irã o acobertamento de suspeitos pelo atentado em troca de intensificar as relações comerciais entre os dois países (Enrique Marcarian/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de março de 2015 às 12h09.

Buenos Aires - O governo da Argentina, por meio de uma mensagem oficial divulgada nesta quarta-feira, afirmou que o promotor Alberto Nisman buscava "gerar um efeito político desestabilizador" com a denúncia contra a presidente Cristina Kirchner por acobertamento de terroristas.

O promotor foi assassinado quatro dias depois de ter apresentado a denúncia, segundo a qual Cristina e colaboradores atuaram para encobrir a responsabilidade de iranianos no atentado contra a associação judaica Amia, em 1994, que deixou 85 mortos.

"Rejeitada a denúncia, resta perguntar que objetivos perseguia o promotor Nisman com sua denúncia infestada de contradições, carência lógica e sustentação jurídica. Pode-se pensar uma hipótese diferente que não seja a de buscar gerar um efeito político desestabilizador?", questionou o Executivo em um texto divulgado hoje nos principais jornais locais.

A denúncia de Nismam foi negada em 26 de fevereiro por falta de provas pelo juiz Daniel Rafecas.

O promotor especial da causa Amia morreu em 18 de janeiro com um tiro na cabeça em circunstâncias ainda não esclarecidas.

Sua denúncia argumentava que Cristina Kirchner tinha negociado com o Irã o acobertamento de suspeitos pelo atentado em troca de intensificar as relações comerciais entre os dois países.

Nisman citava o memorando de entendimento estipulado com o Irã para investigar o atentado e aprovado pelo Congresso argentino em 2013 como um instrumento para garantir o não julgamento dos terroristas. O Irã, no entanto, nunca chegou a ratificar o memorando.

O Executivo ressaltou que após analisadas as evidências apresentadas por Nisman o juiz Rafecas não encontrou elementos que sustentem as acusações.

O governo frisou ainda que investigadores encontraram dois documentos redigidos pelo promotor semanas antes de morrer nos quais "ressaltava os esforços da presidente para levar os acusados a julgamento".

"Por que o promotor trabalhava em paralelo com dois objetivos opostos?", pergunta-se a mensagem, que tem a assinatura "governo da República Argentina".

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