Afeganistão: 30 crianças morreram e 51 ficaram feridas no bombardeio em Kunduz em 2 de abril (REUTERS/Stringer NO RESALES/Reuters)
EFE
Publicado em 16 de maio de 2018 às 11h14.
Cabul - O presidente afegão, Ashraf Gani, pediu nesta quarta-feira desculpas em nome do Governo aos familiares das vítimas de um bombardeio na província nortista de Kunduz em 2 de abril no qual, segundo um relatório da missão da ONU no país (UNAMA), morreram pelo menos 36 pessoas, 30 delas crianças.
"O Governo do Afeganistão, e especialmente o Ministério de Defesa, pede desculpas às famílias das civis vítimas deste incidente", disse Gani durante uma reunião em Cabul com parentes e líderes tribais de Kunduz, de acordo com um comunicado divulgado pelo escritório do Palácio Presidencial.
"Há uma diferença entre insurgentes e um Governo legítimo, o Governo legítimo pede desculpas pelos erros e se compromete com a nação", disse Gani, sem precisar o número oficial de civis mortos ou feridos na operação.
Segundo o comunicado, os líderes tribais locais pediram ao presidente que os responsáveis do bombardeio sejam julgados para que isto não se repita no futuro.
Em resposta, Gani afirmou que ordenou ao Ministério de Defesa uma atuação com mais "precisão" e se comprometeu a reconstruir a escola corânica destruída pelo bombardeio.
O Governo afegão informou em 2 de abril sobre um bombardeio contra uma reunião de talibãs em Kunduz e da morte de 45 insurgentes.
No entanto, as denúncias de que o bombardeio tinha ocorrido contra a escola e as notícias de crianças chegando aos hospitais da capital provincial, Kunduz, levaram à abertura de investigações por parte do Governo afegão e da UNAMA.
Posteriormente, o Governo reconheceu um número indeterminado de baixas civis, mas garantiu que morreram por disparos dos insurgentes e não pelo fogo dos helicópteros militares.
De acordo com um relatório sobre o incidente apresentado em maio pela UNAMA, pelo menos 36 pessoas, 30 delas crianças, morreram e 71 (51 delas crianças) foram feridas na ação das forças aéreas afegãs.