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Governadora Gretchen: quem é a democrata cotada para substituir Biden contra Trump

Política ganhou força após embates contra Donald Trump e governa Michigan, um dos principais estados em disputa na eleição

Gretchen Whitmer, governadora de Michigan, durante o evento Webby Awards, em Nova York (Rob Kim/Getty Images)

Gretchen Whitmer, governadora de Michigan, durante o evento Webby Awards, em Nova York (Rob Kim/Getty Images)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 28 de junho de 2024 às 17h13.

Última atualização em 28 de junho de 2024 às 17h21.

Após Joe Biden ter um desempenho ruim no debate com Donald Trump, ganhou força a ideia de que o presidente deixe a disputa e abra espaço a um nome mais competitivo. Uma das possíveis candidatas à vaga é Gretchen Whitmer, atual governadora de Michigan.

Michigan é um dos principais estados em disputa nesta eleição, pois nenhum dos dois partidos tem vitória garantida ali. O estado elegeu o democrata Barack Obama em 2008 e 2012, preferiu Trump em 2016 e voltou a eleger um democrata em 2020. Mas as margens foram bastante apertadas: na última eleição, Biden ganhou lá por 50,6% a 47,8%.

Gretchen, de 53 anos, se formou em direito e entrou na política em 2000, como deputada estadual de Michigan. Depois, em 2006, foi eleita senadora estadual, cargo em que ficou até 2015. Três anos depois, conquistou o governo estadual e tomou posse em 2019.

Uma das suas promessas de campanha foi "fix the damn roads", consertar as malditas estradas. Em uma situação de certa ironia, Michigan, um berço da indústria automotiva americana e sede de empresas como GM e Ford, tinha muitos quilômetros de estradas com problemas.

No entanto, ela propôs criar uma taxa extra sobre combustíveis para financiar as reformas, e a medida teve forte oposição dos republicanos. Assim, a democrata teve de reduzir o tamanho do plano para conseguir aprovar as medidas.

Embates com Trump

Na época da pandemia, Gretchen foi uma das governadoras mais ativas em adotar medidas de proteção. Na época, Trump era presidente, se posicionava contra ações como o uso de máscaras e o isolamento social e atacava governadores que pensavam diferente. Ele chegou a chamá-la de "a mulher de Michigan". Gretchen resolveu aproveitar isso e transformou a frase em um lema de campanha, "aquela mulher de Michigan".

A governadora ganhou espaço na política nacional já no primeiro mandato. Em fevereiro de 2020, foi escolhida para dar a resposta oficial dos democratas ao discurso do Estado da União feito por Trump.

Em outro caso que virou notícia, em outubro de 2020, seis homens foram processados pela acusação de planejarem um sequestro da governadora, após uma investigação do FBI. Na época, Gretchen buscou relacionar o caso a Trump, pelos sinais de apoio que o então presidente dava a grupos ligados à extrema-direita.

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Naquele ano, ela endossou a campanha de Joe Biden ainda nas primárias e chegou a ser cotada como opção de candidata à vice, mas perdeu o posto para Kamala Harris. Após a vitória, ela também foi considerada para algum cargo no governo Biden, mas disse publicamente que preferia seguir como governadora. Biden a indicou como vice-presidente do Comitê Nacional Democrata, que chefia o partido a nível nacional.

Em 2022, ela se reelegeu para o cargo e, em 2023, assumiu também a co-coordenação da campanha de reeleição de Biden. Ela já disse algumas vezes que não se candidataria se o presidente desistir, pois  pretende terminar seu mandato de governadora. Ela, no entanto, sinalizou que pode tentar a corrida presidencial mais à frente. Em um discurso em março deste ano, disse "vejo vocês em 2029".

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