Andrew Cuomo: "São pessoas que querem causar dano em massa, gerar medo se baseando pela raça, cor, credo dos outros. Essa é a definição de terrorismo" (Ira L. Black/Corbis/Getty Images)
EFE
Publicado em 29 de dezembro de 2019 às 15h22.
Última atualização em 29 de dezembro de 2019 às 15h24.
Nova York — O governador de Nova York, Andrew Cuomo, classificou neste domingo como "terrorismo doméstico", o ataque em que cinco pessoas foram esfaqueadas ontem em uma cerimônia religiosa na casa de um rabino no bairro de Monsey, no último de uma série de ações antissemitas realizados neste mês no estado.
"É preciso mudar as leis, para chamar isso pelo nome: terrorismo doméstico", disse Cuomo, em entrevista coletiva concedida em Ramapo, poucas horas depois a divulgação do atentado, ocorrido por volta de 22h locais.
"São pessoas que querem causar dano em massa, gerar medo se baseando pela raça, cor, credo dos outros. Essa é a definição de terrorismo", completou o governador.
Cuomo ainda reforçou a importância de classificar ações de ódio da forma mais dura possível, inclusive se os responsáveis "não vierem de outro país".
Para o governador, o ataque de sábado contra a casa de um rabino não é uma situação isolada, já que são 13 crimes de cunho antissemita desde o último dia 8, apenas em Nova York.
"Temos visto incidentes de ódio por todo o estado, contra a comunidade LGBT, os afro americanos, os latinos. Não apenas no estado de Nova York, mas em todo o país", afirmou.
"Se alguém pensa que não está acontecendo algo venenoso neste país, está, na verdade, se negando a aceitar a realidade", complementou o chefe de governo.
Cuomo disse que as ações hostis são um "câncer americano", por isso, garantiu querer que o estado de Nova York seja o primeiro a ter leis contra o terrorismo doméstico.
O chefe da polícia de Ramapo, Brad Weidel, garantiu que o autor da ação contra a casa do rabino foi detido pouco depois do ataque, a partir de testemunhas que presenciaram o crime e identificaram a placa do carro que o homem dirigia.
O responsável pelo atentado está sendo formalmente acusado de tentativa de assassinato e roubo.
Todos os cinco feridos em consequência da ação permanecem internados em hospitais da região.
O acusado esfaqueou cinco pessoas, uma delas até seis vezes, depois de invadir a casa onde era realizado um evento religioso para celebrar o Hanukkah, que marca a vitória de Judas Macabeu contra os greco-sírios em 165 a.C. e a reconquista de Jerusalém e a purificação do Templo.
Uma testemunha citada pelo jornal "New York Times" disse que o agressor tentou posteriormente entrar em uma sinagoga perto da casa do rabino, mas que as pessoas que estavam dentro do local conseguiram fechar a porta a tempo.
A procuradora-geral do estado de Nova York, Letitia James, disse após o ataque que seu departamento investigaria minuciosamente o que aconteceu e reafirmou a "tolerância zero para qualquer ato de ódio".
O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, anunciou na sexta-feira passada uma maior presença policial nos bairros judaicos da cidade depois que pelo menos seis ataques antissemitas foram noticiados nesta semana.