A líder opositora da Venezuela, María Corina Machado, anunciou nesta sexta-feira, 10, que o candidato da principal coalizão antichavista, Edmundo González, irá ao país "para tomar posse como presidente no momento correto".
"Decidimos que não é conveniente agora. Sua integridade é fundamental para a derrota do regime e a transição para a democracia", acrescentou em um vídeo publicado em sua conta no Instagram.
Corina afirmou que o governo venezuelano "não apenas fechou o espaço aéreo da Venezuela como também ativou todo o sistema de defesa aérea", razão pela qual o líder opositor chegará ao país para tomar posse como presidente constitucional "no momento correto, quando as condições forem adequadas".
"Eu pedi que ele não o faça porque sua integridade é fundamental para a derrota do regime", insistiu.
“Golpe de Estado”
A líder opositora declarou que Nicolás Maduro, que tomou posse nesta sexta-feira para um terceiro mandato consecutivo de seis anos, consolidou "um golpe de Estado contra os venezuelanos e contra o mundo".
"Decidiram cruzar a linha vermelha que oficializa a violação da Constituição nacional. Pisoteiam nossa Constituição, Maduro viola a Constituição, além disso, o fez ao lado dos ditadores de Cuba e da Nicarágua. Isso diz tudo", afirmou Corina, referindo-se aos presidentes, Miguel Díaz-Canel e Daniel Ortega, que estiveram presentes na controversa posse.
Corina, que reivindica a vitória eleitoral do ex-embaixador Edmundo González nas eleições de julho passado, afirmou que nesta sexta-feira Maduro "não colocou a faixa presidencial no peito, mas no tornozelo, como uma tornozeleira, que a cada dia apertará mais".
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Protestos contra Nicolás Maduro em Caracas, nesta quinta, 9
(Protestos contra Nicolás Maduro em Caracas, nesta quinta, 9)
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A protester holds a sign reading 'On January 10, (Venezuela's opposition candidate) Edmundo Gonzalez, President', in Madrid on January 9, 2025 during a demonstration for democracy in Venezuela, and in support of Venezuela's opposition candidate Edmundo Gonzalez, on the eve of the Venezuela's presidential inauguration. (Photo by Thomas COEX / AFP)
(Protestos contra Nicolás Maduro em Caracas, nesta quinta, 9)
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during a protest called by the opposition on the eve of the presidential inauguration, in Caracas on January 9, 2025. Venezuela is on tenterhooks facing demonstrations called by both the opposition and government supporters a day before President Nicolas Maduro is due to be sworn in for a third consecutive term and despite multiple countries recognizing opposition rival Edmundo Gonzalez Urrutia as the legitimate president-elect following elections past July. (Photo by Pedro MATTEY / AFP)
(Protestos contra Nicolás Maduro em Caracas, nesta quinta, 9)
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Demonstrators participate in a protest called by the opposition, in San Cristobal, Tachira State, Venezuela, on January 9, 2025, on the eve of the presidential inauguration. Venezuela is on tenterhooks facing demonstrations called by both the opposition and government supporters a day before President Nicolas Maduro is due to be sworn in for a third consecutive term and despite multiple countries recognizing opposition rival Edmundo Gonzalez Urrutia as the legitimate president-elect following elections past July. (Photo by Johnny PARRA / AFP)
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A protester holds a sign reading '(President) Maduro, murderer' in Madrid on January 9, 2025 during a demonstration for democracy in Venezuela, and in support of Venezuela's opposition candidate Edmundo Gonzalez, on the eve of the Venezuela's presidential inauguration. (Photo by Thomas COEX / AFP)
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A demonstrator talks to a police officer during a protest called by the opposition, in San Cristobal, Tachira State, Venezuela, on January 9, 2025, on the eve of the presidential inauguration. Venezuela is on tenterhooks facing demonstrations called by both the opposition and government supporters a day before President Nicolas Maduro is due to be sworn in for a third consecutive term and despite multiple countries recognizing opposition rival Edmundo Gonzalez Urrutia as the legitimate president-elect following elections past July. (Photo by JOHNNY PARRA / AFP)
(Protestos contra Nicolás Maduro em Caracas, nesta quinta, 9)
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A demonstrator shouts slogans during a protest called by the opposition, in San Cristobal, Tachira State, Venezuela, on January 9, 2025, on the eve of the presidential inauguration. Venezuela is on tenterhooks facing demonstrations called by both the opposition and government supporters a day before President Nicolas Maduro is due to be sworn in for a third consecutive term and despite multiple countries recognizing opposition rival Edmundo Gonzalez Urrutia as the legitimate president-elect following elections past July. (Photo by Johnny PARRA / AFP)
(Protestos contra Nicolás Maduro em Caracas, nesta quinta, 9)
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Protesters hold Venezuela's flag in Madrid on January 9, 2025 during a demonstration for democracy in Venezuela, and in support of Venezuela's opposition candidate Edmundo Gonzalez, on the eve of the Venezuela's presidential inauguration. (Photo by Thomas COEX / AFP)
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A protester holds a sign reading 'Nobody here wanted to leave, and everybody dreams to come back' in Madrid on January 9, 2025 during a demonstration for democracy in Venezuela, and in support of Venezuela's opposition candidate Edmundo Gonzalez, on the eve of the Venezuela's presidential inauguration. (Photo by Thomas COEX / AFP)
(Protestos contra Nicolás Maduro em Caracas, nesta quinta, 9)
Ela também comentou sobre os protestos realizados nesta quinta-feira no país, ao final dos quais foi detida e posteriormente liberada. Corina afirmou que esses eventos confirmaram sua "profunda confiança de que a liberdade do país está próxima".
A opositora disse ainda que foi levada por policiais do governo enquanto deixava um protesto. Ela afirmou ter sido levada de moto e que, de repente, ouviu que os agentes receberam a ordem para libertá-la. Corina disse ter sido forçada pelos policiais a gravar um vídeo como prova de vida e que foi libertada depois disso, em um lugar distante, do qual demorou para conseguir retornar.
O governo negou ter capturado Corina e a acusou de forjar a história.
"Ontem, a Venezuela viu a coragem espalhada por todo o país. Não tenham dúvidas, o medo acabou", reiterou a opositora, que reapareceu publicamente na quinta-feira, após 133 dias na clandestinidade, para liderar uma manifestação massiva em Caracas em defesa da reivindicada vitória do candidato da maior coalizão opositora, a Plataforma Unitaria Democrática (PUD).
A PUD afirma que reuniu 85% das atas eleitorais como evidência da vitória de Edmundo González, documentos que foram publicados em um site para consulta pública, por meio de testemunhas e membros das mesas eleitorais na noite das eleições, comprovando a vitória de Edmundo González. O governo, no entanto, classifica esses documentos como falsos.