O presidente da Itália, Sergio Mattarella, e o novo primeiro-ministro, Conte (Remo Casilli/Reuters)
EFE
Publicado em 1 de junho de 2018 às 11h52.
Última atualização em 1 de junho de 2018 às 12h08.
Roma - O jurista Giuseppe Conte foi jurado nesta sexta-feira ao cargo de novo primeiro-ministro da Itália perante o presidente, Sergio Mattarella, apoiado pelo Movimento Cinco Estrelas e pela Liga Norte. Assim, o país encerra um período de 89 dias sem governo.
Depois de Conte, foi a vez de seus vice-presidentes, o líder do M5S, Luigi di Maio, também ministro de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, e o líder da Liga, Matteo Salvini, que controlará a pasta de Interior.
"Juro ser fiel à República, seguir lealmente a Constituição e as leis e exercitar as minhas funções a favor do interesse exclusivo da nação", disseram perante Mattarella.
Conte, de 54 anos, nascido em 1964 em Volturara Appula, uma pequena cidade de apenas 500 habitantes no sul da Itália, estudou direito em Roma, onde fez mestrado em 1988. Seu currículo já havia sido divulgado pelo M5E quando foi apresentado como candidato ao cargo de ministro da Administração Pública.
As doze páginas incluem especializações nas universidades mais prestigiosas do mundo. Nas décadas de 1990 e 2000, estudou e pesquisou nas americanas Yale, Duquesne e na New York University. Em seguida, foi para o Internacional Kultur Institut de Viena, dando prosseguimento à carreira na Sorbonne, em Paris, e no Girton College de Cambridge, no Reino Unido.
Professor nas universidades da Sardenha, Roma, Florença e Malta, é atualmente responsável pela cadeira de direito civil na Universidade de Florença.
Chefe de um escritório de advocacia em Roma, foi membro do Conselho de Administração da Agência Espacial Italiana, consultor jurídico da Câmara de Comércio de Roma e membro do conselho de supervisão de várias companhias de seguros falidas.
Autor de numerosas publicações e artigos especializados, os italianos o conheceram quando o M5E o apresentou em um programa de televisão em 1º de março, antes das eleições legislativas de 4 de março, como membro da possível equipe de governo do movimento antissistema.
Naquela ocasião, ele defendeu a ideia de abolir drasticamente leis inúteis, cerca de 400, de acordo com o M5E, para reforçar os regulamentos anticorrupção e promover a “meritocracia”. Também confessou que no passado havia, em geral, votado à esquerda.
“Agora, penso que os esquemas ideológicos do século XX não são adequados. Acredito que é mais importante valorizar o comportamento de uma força política baseada na sua posição sobre o respeito pelos direitos e liberdades fundamentais e na sua capacidade de desenvolver programas úteis para os cidadãos”, disse ele.