Muro em construção na fronteira entre México e EUA, em Quemado, Texas, em 23 janeiro de 2025 (AFP)
Redação Exame
Publicado em 24 de janeiro de 2025 às 11h30.
Última atualização em 24 de janeiro de 2025 às 12h14.
A administração de Donald Trump, recém-empossado como o 47º presidente dos Estados Unidos, já promoveu ações migratórias de grande impacto. Segundo Karoline Leavitt, secretária de imprensa, 538 imigrantes ilegais foram presos e “centenas” já deportados em aviões militares.
Através da rede social X, Leavitt anunciou que essas operações estão alinhadas com as ordens emitidas por Trump desde o primeiro dia de seu mandato, como o encerramento do aplicativo CBP One, voltado para o suporte a imigrantes.
A nova política migratória está gerando insegurança entre a comunidade latina, afetando o mercado de trabalho e a economia local. Muitos imigrantes têm medo de sair para trabalhar devido ao risco de prisão. Locais como restaurantes e canteiros de obras estão parados pela falta de pessoal, como mostram vídeos compartilhados nas redes sociais.
Carolina é uma mexicana que viveu nos Estados Unidos por seis anos com seu marido e filhos gêmeos, nascidos em solo americano. Ela foi deportada após uma briga com a vizinha. Segundo Carolina, a amizade com a vizinha terminou em traição, culminando em sua prisão e entrega às autoridades migratórias. "Fiquei detida durante algum tempo e depois fui deportada para o México", contou.
Seus filhos, cidadãos americanos, permaneceram no país sob os cuidados do pai. A separação forçada causou grande sofrimento à família. “Infelizmente, meus filhos não poderão estar comigo até atingirem a maioridade”, desabafou Carolina em um vídeo publicado no TikTok.
As políticas de Trump têm causado preocupação não apenas entre os imigrantes ilegais, mas também entre aqueles com status regular, como green cards. Há temor de que as regras fiquem ainda mais rígidas, gerando impactos em diversas famílias e setores econômicos.
Enquanto os efeitos das novas medidas se desenrolam, muitos questionam as consequências a longo prazo para a economia dos Estados Unidos, que depende significativamente da força de trabalho imigrante.