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Genro e conselheiro, por que não?

A 11 dias de assumir a presidência dos Estados Unidos, Donald Trump deu nesta segunda-feira mais uma prova de estar se lixando para a opinião pública. Ele indicou o genro, Jared Kushner, como um conselheiro sênior da presidência. Kushner, de 35 anos, é um jovem empreendedor do setor imobiliário em Nova York com uma trajetória […]

OS TRUMP: a indicação do genro, Jared Kushner (à direita), levantou questões sobre nepotismo e sobre a interferência dos negócios da família no governo / Brendan Hoffman/Getty Images

OS TRUMP: a indicação do genro, Jared Kushner (à direita), levantou questões sobre nepotismo e sobre a interferência dos negócios da família no governo / Brendan Hoffman/Getty Images

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Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2017 às 17h47.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h31.

A 11 dias de assumir a presidência dos Estados Unidos, Donald Trump deu nesta segunda-feira mais uma prova de estar se lixando para a opinião pública. Ele indicou o genro, Jared Kushner, como um conselheiro sênior da presidência. Kushner, de 35 anos, é um jovem empreendedor do setor imobiliário em Nova York com uma trajetória muito similar à do sogro – herdou uma pequena fortuna do pai e tratou de transformá-la num império. Estima-se que ele tenha adquirido cerca de 7 bilhões de dólares em propriedade em uma década no ramo. Em 2009, casou com Ivanka Trump, a filha mais próxima do presidente eleito.

 

A primeira questão que a nomeação levanta, é claro, é de nepotismo. Há uma lei americana de 1967 que proíbe a indicação de parentes civis para postos de comando em órgãos públicos, mas há pouco consenso se o posto de conselheiro está inscrito nesse caso. Outros presidentes também apelaram à família: John Kennedy nomeou o próprio irmão, Robert, como advogado-geral; e Hillary Clinton trabalhou em uma reforma do sistema de saúde durante o governo de Bill Clinton — ela mesma dizia que, caso fosse eleita, Bill cuidaria de alguma área econômica durante sua gestão. À época dos acontecimentos, ambos os casos foram questionados do ponto de vista ético.

 

Kushner virou um conselheiro assíduo de Trump durante a campanha presidencial e agora colhe os espólios. Há dúvidas mais rotineiras, claro: sendo o genro outro homem negócios do ramo imobiliário, ele seria um bom conselheiro do presidente, especialmente em temas com conflito de interesse? Tanto Trump quanto Kushner anunciaram que estão se distanciando de seus negócios, para evitar interferências, mas a presidência não é para sempre. Kushner também é dono de um jornal, chamado New York Observer, um dos dois únicos grandes jornais a apoiar Trump.

 

Poucos dias depois da eleição, ele se reuniu com o gigante grupo financeiro chinês Anbang, que tem ativos estimados em 285 bilhões de dólares, para discutir o redesenvolvimento da jóia da coroa do império imobiliário dos Kushner, um edifício de 41 andares na Quinta Avenida em Manhatan. A reunião com os chineses levantou preocupações, já que o grupo, próximo do governo da China, teve negócios barrados pela gestão Barack Obama no país e poderia se aproximar de Trump para resolver a questão.

 

Outros conselheiros devem ser Stephen Miller, um conservador aliado do senador Jeff Sessions, e Steve Bannon, conhecido por ter presidido o portal de notícias de ultra-direita Breitbart. O nome dos conselheiros não precisa ser aprovado pelo Congresso. Outros 9 nomes devem passar pelo crivo parlamentar nesta semana – as audiências começam amanhã.

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